

As tarifas de Donald Trump vão encarecer os preços de eletrônicos nos Estados Unidos, incluindo os modelos de iPhone e de relógios inteligentes, itens muito procurados por brasileiros em viagens no país. Os analistas do UBS Wealth Management projetam aumentos de 19% a quase 30% nos preços dos aparelhos de celular da Apple (AAPL34), a depender de onde ocorre a montagem.
Nas simulações do UBS, o iPhone 16 Pro Max com 256 Gigas que é montado na China teria aumento de preços no mercado americano de 29%. É o equivalente a ficar US$ 350 dólares mais caro. Já o iPhone 16 Pro 128 Gigas montado na Índia teria aumento de 12%, ou cerca de US$ 120 mais caro.
O relógio Apple Watch Ultra 2, que é montado no Vietnã, teria aumento de 19%, o equivalente a ficar US$ 150 mais caro. No geral, o UBS WM estima aumentos de 5% a 29% para produtos eletrônicos, incluindo também servidores e outros produtos com inteligência artificial. Servidores montados em Taiwan, por exemplo, podem ficar 27% mais caros no mercado americano.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Ainda há uma série de dúvidas sobre como vão funcionar as tarifas e as exceções de alguns produtos, ressaltam os analistas do UBS WM. E em meio a esses questionamentos, e temores de recessão mundial, os mercados mundiais despencam pelo terceiro dia seguido. Só nos últimos 30 dias, o Nasdaq acumula queda de 15%. Em 2025, já perdeu 20%.
“Há também alguma confusão em torno da isenção de semicondutores e da não isenção de hardware”, comentam os analistas do grupo suíço sobre as tarifas. Semicondutores e chips estão entre os principais custos de aparelhos eletrônicos. Com tarifas nesses produtos, o UBS WM avalia que os ganhos das empresas de tecnologia terão quedas importantes.
E outra fonte de incerteza, ressalta o banco, é sobre como o compartilhamento do aumento de custos pelas tarifas será feito com os fornecedores; até que ponto os custos podem ser repassados para os clientes finais e a duração das tarifas de Trump. Ou seja, neste momento, há mais perguntas que respostas.
A depender também do prazo da duração das tarifas, pode ocorrer um cenário de revisão para baixo dos lucros por ações (EPS, na sigla em inglês) das empresas de tecnologia, alerta o UBS. Em um ambiente que elas seriam mantidas por longo prazo, sem exceções importantes, os ganhos poderiam cair entre 20% a 25%. Se for um movimento mais de curto prazo, o impacto negativo seria de 3% a 5%.
Publicidade
O setor de tecnologia já passou nos últimos anos por movimentos de revisão para baixo nos ganhos e correções nas ações, por conta da escalada de tarifas no primeiro governo de Trump e aumento dos juros mais recentemente.
“Prestaremos muita atenção às atualizações macroeconômicas e corporativas durante as próximas semanas”, ressaltam os analistas. E eles alertam que a volatilidade nas ações de tecnologia está “aqui para ficar”. Por isso, estratégias de preservação de capital devem ser consideradas pelas empresas do setor.