O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está acompanhando de perto as movimentações de política monetária no cenário internacional. Para ele, um dos principais pontos de incerteza é entender o que está por trás dos juros altos nos EUA.
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“Pode ter uma natureza menos benigna, no sentido de ser menos conjuntural (momentâneo) e mais estrutural (de longo prazo)”, afirmou Neto. “Vemos que os EUA tiveram a pior performance de risco-país do ano.”
A mudança no modelo de crescimento da China — antes baseado em infraestrutura e construção civil e agora focado em “inovação e consumo” — também está no radar do executivo. “Precisamos entender o que essa mudança significa em questão de crescimento”, diz Neto.
No final, o presidente da autoridade monetária vê apenas duas saídas para uma circunstância em que os juros fiquem altos por mais tempo no mundo, elevando o custo da dívida dos países: um escape organizado, em que a inflação vá caminhando para a meta, respondendo aos juros altos; ou um pouso mais desorganizado, em que a desaceleração econômica global aconteça antes do que a queda da inflação. Neste segundo cenário, as economias sofrerão mais, já que as empresas precisarão de financiamento antes que a inflação esteja controlada.
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Campos Neto participou de evento promovido pelo Estadão e Bora Investir, com apoio do Broadcast e E-Investidor, nesta segunda-feira (23). Junto a ele, estava o CEO da B3, Gilson Finkelsztain.