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Processo de fusão da Auren (AURE3) e AES Brasil (AESB3) terá duas fases; entenda

Divisão do plano de incorporação ocorre em razão da análise mais demorada de algumas sinergias

Processo de fusão da Auren (AURE3) e AES Brasil (AESB3) terá duas fases; entenda
Turbina eólica da Auren (AURE3) em unidade de geração de energia. (Foto: Auren Energia)

O CEO da Auren (AURE3), Fabio Zanfelice, aproveitou a teleconferência de resultados da empresa para dar mais detalhes sobre o processo de incorporação da companhia com a AES Brasil (AESB3). Segundo o executivo, foram estruturados dois planos: um para os primeiros cem dias e outro para o primeiro ano da fusão.

A Auren deve concluir ainda nesta quinta-feira a incorporação da AES. Com a combinação de negócios, a companhia aumenta a sua capacidade instalada em 5,2 gigawatts (GW), totalizando 8,8 GW de energia renovável, e se torna a terceira maior geradora de energia do Brasil.

Em sua apresentação, Zanfelice destacou que o modelo adotado para a integração da empresa está focado em capturar as sinergias entre as companhias. Segundo ele, a Auren buscou, como pilar, manter foco na continuidade operacional e na captura de valor. “Nós seguimos também uma governança nas áreas onde, de fato, eram sensíveis às questões de concorrência”, afirmou o CEO.

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Já Mateus Ferreira, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores (RI) da Auren, explicou que a divisão do plano de incorporação em duas etapas ocorre porque existem sinergias mais rápidas e mais demoradas para serem captadas. “Há, por exemplo, sinergias que precisam de equalização de sistemas. Não é só o nosso caso aqui. O que mais leva tempo é fazer essa equalização”, ressaltou.

Em outros casos, as sinergias também dependem de uma organização societária. “Esses cem dias estão mais associados a restrições que são naturais em qualquer negócio do que às dificuldades de implementar as sinergias”, complementou Ferreira.

O executivo disse ainda que o foco da companhia é integrar uma incorporação “bem avançada”. Paralelamente, a empresa continua olhando oportunidades de investimentos, incluindo ativos de transmissão. “Mas, primeiro, precisamos entregar o que prometemos, para depois dar um próximo passo”, finalizou.

Como vai funcionar o plano de fusão da Auren e AES?

A AES Brasil será oficialmente incorporada pela ARN Holding Energia, que, em seguida, também será absorvida pela Auren, concluindo o processo de fusão entre as empresas. Com isso, esta quinta-feira (31) será o último dia de negociação das ações da AESB3 na B3, a Bolsa de Valores brasileira.

Com a operação, os investidores da AES tiveram três opções, que puderam escolher até terça-feira (29):

  • Receber 9 ações ordinárias e 1 ação preferencial da Auren;
  • Receber 5 ações ordinárias e 5 ações preferenciais da Auren;
  • Receber 10 ações preferenciais da Auren

Após o reajuste nos valores de resgate e substituição, a relação entre as opções para os acionistas ficou desta forma:

  • Opção 1 (padrão): receber 90% do valor em ações ordinárias da Auren e 10% em dinheiro. Para cada ação da AES, o acionista receberá 0,67498865568 ação da Auren mais R$ 1,18438832610.
  • Opção 2: receber 50% do valor em ações ordinárias da Auren e 50% em dinheiro. Isso equivale a 0,37499369760 ação da Auren mais R$ 5,92194163050.
  • Opção 3: receber 100% do valor em dinheiro, ou seja, R$ 11,84388326100 por ação.

anúncio da Auren confirmando a compra da AES Brasil foi feito no dia 15 de maio deste ano por meio de fato relevante, com investimento de R$ 7 bilhões. A aprovação da união pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de forma final e definitiva, ocorreu em julho. Já o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aconteceu em setembro.

Balanços do terceiro trimestre

A Auren reportou lucro líquido de R$ 270,8 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 838,1 milhões registrado no mesmo intervalo de 2023. A diferença entre os resultados se deve principalmente à contabilização, no terceiro trimestre de 2023, de impostos relativos à indenização por ativos não amortizados da hidrelétrica Três Irmãos.

Já a AES registrou prejuízo líquido de R$ 73,6 milhões no terceiro trimestre de 2024, revertendo o lucro líquido de R$ 124,4 milhões obtido no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 375,5 milhões, queda anual de 12,6%.

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