A redução “inesperada” do plano de expansão da Rede D’or (RDOR3), de 21% no total de novos leitos planejados para o período entre 2025 e 2028, de 4 mil para 3,2 mil, foi considerada amplamente negativa pelo mercado. A operação inclui uma redução considerável de 45% e 22% para o total de leitos esperados em 2025 e 2026, respectivamente.
Em relatório, os analistas Leandro Bastos e Renan Prata do Citi destacam que as premissas de capex (investimentos) foram reduzidas para uma média de R$ 1,4 milhão/leito (de R$ 1,5 milhão em 2024). Em suma, apontam, os planos de crescimento orgânico continuam a ser prorrogados/reduzidos de forma consistente, apesar da recente aquisição da SulAmérica e da joint venture (cooperação entre empresas que geralmente implica em uma nova organização societária) hospitalar com o Bradesco (BBDC4).
“Embora acreditemos que a maioria dos analistas já emprega algum corte no plano original, isso naturalmente não é um bom presságio para o sentimento em torno dos fundamentos de crescimento de longo prazo da empresa, o que, em nossa opinião, eventualmente será necessário para que as ações sejam reavaliadas de sua avaliação atual de 15,4 vezes o Preço/lucro previsto para 2026”, destacam.
Além disso, a forte redução em projetos brownfield (de áreas urbanas ou industriais) – que normalmente são mais rentáveis e não exigem credenciamento de pagadores – também foi um sinal negativo, sugerindo perspectivas de crescimento mais fracas nos mercados existentes, segundo os analistas Márcio Osako e Valéria Parini, em relatório do Bradesco BBI.
“No entanto, observamos que a orientação revisada de 3,2 mil leitos ainda implica um aumento sólido de 25% na capacidade e permanece bem acima da nossa estimativa de 1,5 mil leitos, já que havíamos excluído conservadoramente qualquer expansão além de 2026”, afirmam.
Os analistas do Itaú BBA entendem que o mercado pode ter antecipado uma surpresa positiva da Atlântica D’Or, algo que não se materializou até agora. Todavia, o BBA continua a acreditar no desenvolvimento dessa parceria, que pode levar a uma expansão adicional em cidades com uma população de classe média alta considerável; boa participação tanto da Bradesco Saúde quanto da SulAmérica; e que tenha falta de um player local de qualidade.
Vale a pena investir em ações da Rede D’or?
Apesar da operação da Rede D’or vir abaixo do esperado, o mercado segue confiante, recomendando compra para as ações do grupo de saúde. O Citi tem preço-alvo de R$ R$ 40,00, o que representa um potencial de valorização de 5,9% sobre o fechamento do papel no pregão de ontem.
Já o Bradesco BBI tem recomendação outperform (equivalente a compra) para Rede D´or, com preço-alvo de R$ 34, o que representa um potencial de baixa de 9,19% ante o fechamento do papel no pregão de ontem.
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Por fim, o Itaú BBA também recomenda compra para as ações da Rede D’or (RDOR3), com preço-alvo de R$ 46, o que representa um potencial de valorização de 22,86% ante o último fechamento.