Os retornos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) caíram fortemente nesta terça-feira (14), diante do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que reforçou perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não elevará mais os juros.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 tinha baixa a 4,829%, o da T-note de 10 anos recuava a 4,444% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,619%.
O CPI dos EUA ficou estável em outubro ante setembro, quando a mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast era de alta de 0,1%. O núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,2%, quando se esperava alta de 0,3%. As leituras anuais também vieram um pouco abaixo do esperado, e a reação no mercado de Treasuries foi imediata, com queda nos retornos.
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No monitoramento do CME Group, cresceu a perspectiva de que não haverá alta de juro em dezembro, com essa precificação em 99,8% no fim desta tarde. O monitoramento também aponta para corte de juros pelo Fed em maio.
A Capital Economics afirmou que o indicador de hoje acaba com as chances de alta de juro em dezembro. Para a Pantheon, apenas dados péssimos em dezembro poderiam fazer o Fed voltar a apertar a política monetária, enquanto o BMO Capital estava entre os que não esperam mais mudança na política monetária.
Entre dirigentes do Fed, Austan Goolsbee (Chicago), com voto nas decisões neste ano, avaliou que há progresso “lento, mas claro” na inflação, e considerou o dado que o dado de hoje “pareceu muito bom”. Analistas em geral esperam que a perda de fôlego no CPI prossiga, o que faria o Fed apertar menos a política monetária.
Já a LPL Research comentava que, desde o anúncio da Moody’s de piora na perspectiva do rating dos EUA, de estável a negativa, os rendimentos dos Treasuries estavam em geral mais baixos ao longo da curva. A LPL apontava em relatório que o mercado dava pouca atenção ao fato, pois os investidores já estariam há vários trimestres refletindo os desafios da política fiscal americana.
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