Por Cícero Cotrim – Com o desempenho da atividade acima do esperado no primeiro semestre, o Santander Brasil aumentou de 1,2% para 1,9% a sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022. Em relatório, o banco também cita a recuperação do mercado de trabalho e o aumento da renda disponível, favorecido pela nova rodada de estímulos fiscais, entre os vetores da revisão.
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A revisão do cenário incorpora um aumento da projeção de crescimento do PIB do segundo trimestre, de 0,2% para 0,7%. Em contrapartida, o banco afirma que a tendência ainda é de arrefecimento da atividade na segunda metade do ano, com a materialização dos efeitos da política monetária restritiva, embora os impulsos fiscais recentemente aprovados possam mitigar esses impactos no curto prazo.
“Para 2023, na ausência de vetores adicionais de crescimento, enxergamos o menor impulso das commodities e, principalmente, os efeitos defasados da política monetária prevalecendo, levando a um quadro recessivo: estimamos contração do PIB de 0,6% no próximo ano”, escreve a economista-chefe do Santander Brasil, Ana Paula Vescovi, que assina relatório do banco. Em 2024, a previsão é de alta de 0,5% do PIB.
Mercado de trabalho
Com a queda mais forte do que o esperado da desocupação – que atingiu 9,0% em maio na série mensal e dessazonalizada, segundo as contas do Santander -, o banco diminuiu de 11,4% para 10,0% a sua projeção de taxa média de desemprego em 2022. A revisão também abarcou os anos de 2023 (12,3% para 10,8%) e 2024 (12,4% para 11,0%).
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“Ainda projetamos um aumento da desocupação no segundo semestre de 2022, uma vez que a postura restritiva da política monetária leve a um arrefecimento da economia mais ampla, dominando desse modo a dinâmica do mercado de trabalho. No entanto, diante de um ponto de partida acima do esperado para a população ocupada, revisamos a trajetória esperada para a taxa de desemprego de 2022 a 2024”, explica o banco.
Nas contas do Santander, a taxa de desemprego neutra da economia brasileira situa-se entre 10% e 11%, o que implica em um mercado de trabalho ainda superaquecido até o primeiro trimestre de 2023, com impacto sobre o processo de desinflação da economia. O banco ainda revisou de 3,1% para 3,7% a projeção de crescimento da massa salarial real este ano, devido às novas transferências governamentais.