

O UBS BB iniciou cobertura do setor de papel e celulose com recomendação de compra para Suzano (SUZB3) e neutra para Klabin (KLBN11). A visão do banco para o setor é otimista, diante da expectativa de um aperto na relação de oferta e demanda nos próximos dois ou três anos.
A Suzano é o destaque do banco para o setor, com ponto de entrada atraente com os custos da celulose próximos dos custos marginais de produção em US$ 600 por tonelada.
“A indústria de celulose está agora entrando em um intervalo de novos projetos, provavelmente até 2027/28. Antecipamos fundamentos de mercado mais apertados nos próximos 2-3 anos, à medida que a demanda deve crescer além da oferta”, apontam os analistas Caio Greiner, Arthur Biscuola, Fernanda Sardinha, Andrew Jones e Timothy Handerson, em relatório.
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O banco entende que a demanda deve ter um crescimento estável entre 1 e 1,5 milhão de toneladas por ano. Assim, essa demanda inelástica deve permanecer resistente a impactos de tensões comerciais. Já do lado da oferta, há apenas um projeto se iniciando na Indonésia que deve adicionar 1,4 milhão de toneladas por ano à capacidade do mercado. Dessa forma, o UBS BB entende que a taxa de utilização suba de 88% para 91%, levando a um aumento dos preços para US$ 700 por tonelada, um aumento de 16,67% no preço da commodity.
Suzano x Klabin: qual tem maior potencial de valorização?
A Suzano é a top pick (favorita) do UBS BB tanto para o setor quanto para a divisão de Materiais Brasileiros como um todo. O banco tem preço-alvo de R$ 73 para a ação da empresa, o que representa um potencial de valorização de 39,74% em relação ao último fechamento.
“Acreditamos que a ação combina múltiplos traços que podem fazer desta a melhor alternativa para estar posicionado no setor hoje: baixo do ciclo, taxas de utilização da indústria de celulose em alta, fim de um ciclo de capex, Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) entrante do ramp-up (alavancagem) de seu projeto, rendimentos de fluxo de caixa livre de dois dígitos e desalavancagem”, explicam os analistas.
O UBS BB vê a companhia sendo negociada a um múltiplo de 5,3 vezes o valor da empresa sobre Ebitda, gerando um rendimento de, aproximadamente, 10% de fluxo de caixa livre. Diante disso, o banco espera uma reversão de ciclo, que não foi precificada.
Para as units da Klabin, o UBS BB tem preço-alvo é de R$ 21, o que representa um potencial de valorização de 12,66% em relação ao último fechamento. A precificação da desalavancagem da companhia é o principal motivo para a recomendação.
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Os analistas entendem que a Klabin encerrou seu ciclo de capex (investimentos), atingindo uma alavancagem de 4,5 vezes a dívida líquida sobre Ebitda. Agora, a empresa foca em gerar caixa; pela primeira vez em muitos anos, a gestão não está priorizando o crescimento. “Em nossa opinião, a alocação de capital da Klabin moveu-se em uma direção que alguns investidores apreciam”, diz o time.
Todavia, a preferência fica com a Suzano (SUZB3), por conta da maior exposição à celulose. Na avaliação do UBS BB, a Klabin (KLBN11) é negociada a um múltiplo de 6,4 vezes o valor da empresa sobre Ebitda, com um rendimento de fluxo de caixa livre de 6%.