Os retornos longos dos Treasuries caíram hoje, em sessão volátil. Os juros chegaram a subir em parte do dia, em meio a avaliações sobre declarações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
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A ata da mais recente reunião do BC dos Estados Unidos foi divulgada nesta tarde e pressionou os retornos, embora o comando do Fed tenha mantido o compromisso com uma abordagem dependente dos indicadores, sem antecipar os próximos passos. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos operava estável em 4,332%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,906% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,058%.
Entre os dirigentes do Fed, Tom Barkin (Richmond) considerou que um pouso suave é cada vez mais possível na economia americana, mas não está garantido. Barkin ainda alertou que a inflação poderia persistir acima da meta de 2% ou cair apenas entre os bens, o que dificultaria o trabalho do BC. Já a ata do Fed também mencionou a incerteza, e apontou que a inflação tem desacelerado, mas “permanece elevada”.
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O documento continua a deixar a porta aberta para um eventual novo aperto, caso seja necessário, e menciona relaxamento nas condições financeiras, no período entre reuniões. Os juros, por sua vez, estão “no pico ou perto dele”, avaliam os dirigentes na ata. No monitoramento do CME Group, diminuía no fim desta tarde a chance de um corte de juros pelo Fed em março. Essa possibilidade, porém, continuava a ser majoritária, após a publicação do documento.
Na avaliação do BMO Capital, um destaque da ata era a declaração segundo a qual “o relaxamento nas condições financeiras poderia representar um desafio”. O banco de investimentos considerou o documento como mais hawkish que a movimentação recente no mercado de dívida americana sugeriria.
Ele também destacou o “alto grau de incerteza” no quadro atual, segundo os dirigentes, e com isso o BMO considera que as apostas de um corte de juros já em março podem ser exageradas, a menos que o mercado de trabalho sofra impacto mais forte do aperto monetário ainda existente.