Os retornos dos Treasuries recuaram nesta quarta-feira (17), em ajuste após a alta de cinco meses vista ontem, e pressionados por um leilão com demanda forte e pelo Livro Bege do Federal Reserve (Fed), divulgado na tarde de hoje.
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Às 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,930%; o da T-note de 10 anos recuava a 4,584%; e o do T-bond de 30 anos caía a 4,697%. No início da tarde, um leilão de US$ 13 bilhões em T-bonds de 20 anos registrou demanda acima da expectativa, e os retornos recuaram levemente. Depois, ampliaram perdas.
O Livro Bege do Fed indicou que dez dos doze distritos nos EUA registraram crescimento econômico modesto, acima dos oito no relatório anterior. Enquanto isso, o documento indica que os preços continuaram avançando moderadamente, na mesma toada do último relatório, e sem grande impacto das perturbações de tráfego no Mar Vermelho.
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Em meio à agenda esvaziada de hoje, investidores aguardam a participação da diretora do Fed Michelle Bowman em evento nesta tarde, e esperam os dados de habitação e trabalho dos EUA que serão divulgados amanhã. Por enquanto, o monitoramento do CME Group indica cortes acumulados neste ano de, no máximo, 50 pontos-base, com 34,7% de chance.
O BMO Capital Markets escreve que, enquanto investidores aguardam por mais informações para estabelecer ou alterar suas posições, o mercado de Treasuries assumiu uma postura de negociação “técnica e tática”. “O breve momento de estabilidade no mercado de taxas dos EUA reflete a hesitação dos investidores em pressionar as taxas a 10 anos para acima de 5%”, afirma Ian Lyngen, do BMO.
Em relatório, a Capital Economics afirma que os rendimentos dos Treasuries podem demorar mais tempo para cair do que os dos bônus britânicos. No Reino Unido, a consultoria vê espaço para um declínio mais forte dos gilts, visto que investidores parecem firmes em sua aposta por reduções de juros mais recentemente. “O Banco da Inglaterra (BoE) vai cortar juros mais cedo do que o Fed, porque a inflação cairá mais rapidamente e porque o crescimento econômico terá um desempenho inferior ao dos EUA”, avalia a Capital.