Os juros longos dos Treasuries ficaram em alta nesta sexta-feira, após a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como payroll, que corroborou com a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deve continuar com seu tom hawkish. Porém, os dados não foram suficientes para cravar uma expectativa majoritária de alta de 50 pontos-base (pb) ou 75 pb entre os analistas, que avaliam que as duas opções estão na mesa. Comentários de dirigentes do BC americano também falam em arrefecimento do ritmo de aperto monetário.
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No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 4,687%, o da T-note de 10 anos avançava a 4,170% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 4,266%.
A economia americana gerou 261 mil empregos em outubro, quando a previsão era de 215 mil vagas na mediana das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast. Já a taxa de desemprego avançou de 3,5% a 3,7% ante expectativa de alta menor, a 3,6%. O salário médio por hora, por sua vez, teve alta mensal de 0,37%, e a estimativa era de 0,3%. Para o Citi, os números manterão a pressão sobre o Fed para elevar as taxas e aumentará ligeiramente a probabilidade de outra alta de 75 pontos-base em dezembro. “Nosso caso base permanece para 50 pontos-base”, pondera o banco. No fim da tarde em Nova York, o monitoramento do CME Group mostrava que a chance de uma alta de 50 pontos-base nos juros pelo BC americano em dezembro subiu a 61,5%. Já a possibilidade de uma elevação de 75 pontos-base caiu, a 38,5%, enquanto a de alta de 25 pb foi zerada. Ontem, as porcentagens estavam em 51,5% e 42,2% e 6,2%, respectivamente.
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A presidente da distrital de Boston do BC americano, Susan Collins, afirmou, em entrevista, que “todas as opções deveriam estar na mesa” para a reunião de dezembro, “incluindo 75 pontos-base e, certamente, 25 pontos-base”. Já o dirigente de Richmond, Thomas Barkin, disse que a instituição pode agir de modo mais defensivo em sua política no curto prazo, a partir de um ritmo mais lento de altas de juros.