UBS BB: Vale (VALE3) é negociada a ‘preço justo’ e retira mineradora do topo de suas apostas globais
Após forte rali em 2024 e fechamento do desconto histórico, banco diz que ganhos operacionais já estão refletidos no papel e passa a preferir Rio Tinto
Pelotas de taconita de minério de ferro na mão de um trabalhador da mineração. (Imagem: ihorbondarenko em Adobe Stock)
O UBS BB avalia que a ação da Vale (VALE3) já incorporou o movimento de reclassificação e, por isso, passou a ser negociada a preço justo. Em março, mesmo mantendo recomendação neutra por cautela quanto ao minério de ferro em comparação aos metais básicos, o banco havia escolhido a Vale como principal aposta entre as grandes produtoras do insumo. A expectativa era de que a virada operacional, com aumento de volumes, corte de custos, menor capex e recuperação da unidade de metais básicos (VBM), ampliaria o fluxo de caixa livre (FCF) ao longo dos anos e abriria distância em relação às mineradoras australianas. Essa parte da tese se confirmou mais rapidamente que o previsto: no acumulado do ano, o papel superou Rio Tinto (RIOT34) e Fortescue em cerca de 25%.
O banco projeta que os retornos em caixa ao acionista devem ultrapassar a geração de FCF em 2026, chegando a 8% com a inclusão dos US$ 1 bilhão já anunciados em dividendos extraordinários. Depois da forte valorização no ano, a mineradora brasileira deixa de ser a favorita do UBS entre as grandes do setor de minério de ferro.
Os analistas Caio Greiner, Myles Allsop e Lachlan Shaw afirmam que o desconto histórico da Vale em relação às concorrentes se fechou. Nas contas revisadas do UBS, a companhia negocia a um retorno de FCF de 6,6%, ligeiramente acima dos 6,6% de Fortescue e abaixo dos 7,4% de Rio Tinto, todos calculados com minério a US$ 96 por tonelada. Em múltiplos de valor da firma sobre Ebitda para 2026, a Vale aparece a 4,9 vezes (considerando dívida líquida expandida), contra 5,6 vezes de Rio e 5,1 vezes de Fortescue.
Para 2026, o banco projeta Ebitda de US$ 14,9 bilhões e fluxo de caixa livre ao acionista de US$ 3,65 bilhões. O UBS se posiciona abaixo do consenso, não apenas pelo preço do minério, mas também por produção de pelotas e prêmios menores, maior compra de minério de terceiros e embarques em torno de 315 milhões de toneladas.
O UBS considera o re-rating merecido, citando a perspectiva de elevação de volumes em torno de 20% até 360 milhões de toneladas por ano, corte de 15% no custo total para perto de US$ 50 por tonelada e redução de 20% no capex, além da melhora na agenda ambiental, social e de governança que levou vários gestores globais a remover a companhia de listas de restrição. Ainda assim, o banco avalia que esses benefícios já estão refletidos no preço e que parte dos investidores deve realizar lucros.
Quanto ao mercado de minério, a casa mantém a visão de preço lateralizado no primeiro semestre de 2026 e queda para cerca de US$ 90 por tonelada em 2027, conforme o projeto Simandou ganha escala. Por conta disso, o UBS BB trocou sua preferência global para Rio Tinto, cuja exposição a metais básicos, hoje cerca de 40% do Ebitda, tende a se beneficiar de preços mais altos de cobre, alumínio e lítio, além de crescimento de volumes próximo de 3% ao ano. A estimativa é de retorno de FCF de 10% em 2027 nos preços de tela ou 8,5% no cenário do banco, permitindo dividendos ao redor de 7%.
O UBS BB tem recomendação neutra para as ADRs da Vale (VALE3). O preço-alvo é de US$ 12, o que implica em um potencial de desvalorização de 6,98% ante o último fechamento.
Publicidade
Conteúdo elaborado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast