A mineradora Vale (VALE3) apurou lucro de líquido aos acionistas de US$ 892 milhões no segundo trimestre de 2023, recuo de 78,2% sobre igual período do ano passado. Na comparação trimestral, frente ao primeiro trimestre de 2023, a queda foi de 51,4%. Em reais, o resultado foi de R$ 4,573 bilhões, contra R$ 20,221 bilhões no segundo trimestre de 2022, recuo de 77,4%.
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Os principais fatores que afetaram o lucro foram os menores preços realizados de minério de ferro e níquel, a apreciação do real e a menor marcação a mercado das debêntures participativas. O resultado da mineradora também foi impactado pela baixa dos tributos diferidos ativos relacionados às provisões da Fundação Renova, após o plano de recuperação judicial.
A Vale divulgou o seu balanço relativo ao segundo trimestre de 2023 na noite desta quinta-feira (27). No documento, a Vale informa que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado das operações continuadas foi de US$ 3,874 bilhões, 26,2% abaixo de igual período do ano passado e avanço de 8,3% sobre o trimestre anterior.
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O fluxo de caixa livre no segundo trimestre ficou em US$ 1,519 bilhão no segundo trimestre de 2023, queda de 66% em relação a igual período de 2022. A retração se deveu à menor geração de Ebitda proforma (US$ 1,389 bilhão) e ao menor capital de giro (US$ 1,026 bilhão). Estes fatores, por sua vez, foram parcialmente compensados pelo menor Imposto de Renda pago (US$ 639 milhões) e pelos menores juros pagos sobre as debêntures participativas (US$ 108 milhões).
No trimestre, o capital de giro teve um impacto negativo de US$ 598 milhões na geração de caixa, explicado pelo aumento de 6,8 milhões de toneladas nas vendas de minério de ferro provisionadas no final do trimestre. O caixa gerado no trimestre, juntamente com a emissão de bonds (títulos) no valor de US$ 1,5 bilhão, foram utilizados, principalmente, para recompra de US$ 1,361 bilhão em ações e de US$ 500 milhões em bonds.
Dividendos
O Conselho de Administração da Vale (VALE3) aprovou a distribuição de R$ 8.276.500.800 em juros sobre o capital próprio (JCP). O montante corresponde a R$ 1,917008992 por ação. A data de corte será 11 de agosto de 2023, e a record date para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na New York Stock Exchange (NYSE) será no dia 15 do mesmo mês. As ações serão negociadas ‘ex-JCP’ na B3 e na NYSE a partir de 14 de agosto. O pagamento ocorrerá em 1º de setembro deste ano.
Projeções
A mineradora também anunciou nesta quinta-feira a atualização de suas projeções para 2023 do Custo caixa C1 do minério, que envolve mina, ferrovia e porto, de US$ 20-21 por tonelada para US$ 21,5 a US$ 22,5 por tonelada. O custo all-in do minério de ferro agora é de US$ 52 a US$ 54 por tonelada. A expectativa, até então, era de US$ 47 para este ano.
O custo all-in representa o Custo caixa C1 somado ao custo de frete, as despesas, os royalties e os prêmios. Já o custo all-in do níquel passou para US$ 15.500 a US$ 16.000 por tonelada. Até então, a projeção era de US$ 13 mil.