Fachada da Vale (VALE3). Foto: Fabio Motta/Estadão
José Luciano Duarte Penido, conselheiro independente da Vale (VALE3) que renunciou ontem, escreveu em sua carta de saída, que o processo sucessório do comando da Vale “vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.
Segundo ele, “no Conselho se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse. O processo tem sido operado por frequentes, detalhados e tendenciosos vazamentos à imprensa, em claro descompromisso com a confidencialidade.”
Penido escreve ainda não acreditar mais “na honestidade de propósitos de acionistas relevantes da empresa no objetivo de elevar a governança corporativa da Vale a padrão internacional de uma corporation (companhia sem controle definido).
Assim, ele renunciou ao cargo ao qual foi eleito, com mandato de maio de 2023 a abril de 2025. “Minha atuação como Conselheiro Independente se torna totalmente ineficaz, desagradável e frustrante”, ressalta.
A carta foi enviada a Daniel Stieler, presidente do conselho, a Gustavo Pimenta, diretor financeiro e de Relações com Investidores e a Luiz Gustavo Gouvea, diretor de governança corporativa.