Após ter ficado para trás em 2023, o setor de varejo é uma das apostas da gestora Encore Asset. Completando três anos, a casa segue filosofia agnóstica para suas decisões de investimento e vê o ambiente competitivo das varejistas digitais melhorando. A preferência é por nomes que carregam uma marca. Arezzo (ARZZ3), Vivara (VIVA3) e Grupo Soma (SOMA3) estão na carteira, além de Mercado Livre (MELI34). O setor representa cerca de 20% dos investimentos da Encore, de acordo com o sócio fundador João Braga.
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A melhora no cenário de competição refere-se ao caso do Mercado Livre, explica Braga. “A Shopee incomodava há dois anos. Mas a empresa asiática por trás dela deixou de ter caixa quando passou a moda do jogo [de celular] Free Fire.” A Shopee e a Garena, responsável pelo Free Fire, são controladas pela mesma empresa, a Sea, de Cingapura. Além disso, ele considera que Amazon não encara o Brasil como um
mercado prioritário.
Para outras varejistas, como Renner (LREN3), o cenário é mais turvo com a presença da Shein. Daí a preferência por marcas quando o assunto é vestuário.
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Para Leonardo Messer, sócio da Oceana Investimentos, o e-commerce não é tão atrativo por conta da filosofia de investimentos da casa, mais preocupada com margem de segurança e longo prazo. Ele cita a contabilidade mais complexa neste setor como um ponto contra. “Não é questão de fraude, mas é questão de não entender. Se não consigo auditar isso, não entro”, afirma. Messer e Braga participaram de painel na
Latin America Investment Conferece (Laic), realizada pelo UBS, em São Paulo, nesta terça-feira (30).
Em compensação, a Oceana tem exposição a empresa de consumo via ações de shoppings. Sem citar casos específicos, Messer vê que no varejo as empresas apresentam problemas diferentes em cada caso, como gestão fraca e modelo de negócio que precisa de mudanças.
Setor financeiro
Outra divergência entre o estilo dos gestores aparece em relação ao Nubank (ROXO34). Braga vê com bons olhos, após anos torcendo o nariz. Messer diz ter “muita dificuldade” em investir na fintech. O problema do sócio da Oceana, diz, é com o tipo de negócio: o crédito pessoal. Neste segmento, leva um tempo até perceber um eventual problema.
Para Braga, o Nubank é um fenômeno mundial como fintech, com uma “execução brilhante” do negócio. Ele aponta que a grande vantagem do banco digital está a parte de custos: “Eles conseguem atender com seis mil funcionários. Os grandes bancos têm 100 mil.”
No setor financeiro, a Itaúsa foi uma escolha da Oceana por muitos anos, conta Messer. “O banco tem mostrado uma melhora na agilidade, no ânimo. O que é muito positivo e difícil de conquistar em uma empresa tão grande.”
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