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Balanço WEG (WEGE3): bancos e corretoras não veem surpresas nos resultados, mas mercado discorda; entenda

Os bancos e corretoras avaliaram os resultados financeiros divulgados pela WEG. As ações da companhia caem hoje

Balanço WEG (WEGE3): bancos e corretoras não veem surpresas nos resultados, mas mercado discorda; entenda
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WEG (WEGE3) divulgou nesta quarta-feira (30) seu balanço financeiro do terceiro trimestre. Apesar de registrar um lucro líquido 20,4% maior ante o mesmo período de 2023, os papéis da companhia recuavam cerca de 5,66% de hoje, cotados a R$ 53,81, próximo das 16h00 (de Brasília), mesmo com a avaliação de que o resultado não foi ruim por parte das casas de análise.

A empresa de bens de capital apresentou lucro de R$ 1,58 bilhão no terceiro trimestre de 2024 e um Ebitda – ou seja, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização –  de R$ 2,22 bilhões entre julho e setembro deste ano, montante 27,9% superior ao reportado em igual etapa do ano passado.

A receita líquida de R$ 9,857 bilhões cresceu +22% em relação ao ano anterior, ou um crescimento orgânico de +14% em relação ao ano anterior e +4% em relação ao trimestre anterior, excluindo a contribuição de Marathon, Cemp e Rotor. Veja nesta matéria todos os resultados financeiros da Weg.

Como o mercado vê o resultado do 3º tri da Weg?

O E-Investidor analisou os relatórios do BTG Pactual, Safra, Itaú BBA, Bradesco BBI, Citi e Goldman Sachs, publicados hoje sobre os resultados financeiros da WEG. Para todas as casas, o desempenho da empresa foi considerado neutro por apresentar um sólido crescimento anual, apesar de alguns dados estarem abaixo das expectativas de cada uma.

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O BTG, por exemplo, se decepcionou com os dados após o viés positivo da empresa revelada no segundo trimestre. Para os analistas, a leve contração na margem na comparação trimestral estaria nas discussões pelos investidores hoje, o que se confirma com a queda das ações. No ambiente doméstico, o banco cita que o segmento de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD) veio 12% abaixo do esperado, refletindo o bom desempenho de transmissão e distribuição, mas ainda impactado por uma redução anual nas entregas de turbinas eólicas e menores preços de painéis solares.

O banco mantém a recomendação neutra para a ação da WEG (WEGE3), com preço-alvo de R$ 60 – uma valorização de 5,37% ante o fechamento de ontem – , considerando o desempenho forte no ano (+54%), o que eles acreditam já precificar o sólido momento de curto prazo.

O Bradesco BBI comenta ainda que os destaques do balanço foram o aumento das receitas com a consolidação dos negócios adquiridos da Regal Rexnord desde maio de 2024 e crescimento da área de GTD no mercado externo. A instituição financeira tem como preço-alvo para WEG ao final de 2025 o montante de R$51,00 por ação, o que representa uma desvalorização de 10% sobre o fechamento de ontem.

Já os analistas do banco Safra destacaram que, no front operacional, o crescimento da receita foi impulsionado pelo bom desempenho no mercado externo (alta de 40,6% em relação ao mesmo período do ano anterior), pela apreciação do dólar americano ante o real brasileiro (avanço de 10,8% ante um ano antes) e pela integração total de Marathon, Cemp e Rotor, “que, se excluídas, levariam a um crescimento de receita consolidada de 14,2% em relação ao ano anterior”.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia que os resultados estão em linha com as expectativas do banco. Considerando a alta de ontem, o banco já previa uma queda das ações hoje, o que os analistas enxergam como uma oportunidade de compra. Dessa forma, a casa mantém recomendação de compra para a WEG, com preço-alvo de R$ 57, o que representa um potencial de valorização de 0,10% sobre o fechamento de ontem.

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Em relatório, os analistas do BBA avaliam que um aumento nas despesas de custos de vendas, gerais e administrativos (SG&A, da sigla em inglês), impactou no balanço da WEG, principalmente devido à integração da Regal, uma sinergia que se espera que a WEG capitalize, sugerindo uma tendência de alta para a margem Ebitda.

O Citi avalia também que no segmento de geração a empresa está formando uma carteira de pedidos promissor para os próximos trimestres. Para o banco, os negócios de motores comerciais e tintas registraram crescimento de receita significativo, tanto nos mercados domésticos quanto externos, em base trimestral e anual. Os analistas mantêm recomendação de compra para WEG, com preço-alvo de R$ 62, o que representa um potencial de valorização de 8,9% sobre o fechamento de ontem.

A XP Investimentos continua a ver uma taxa de crescimento de dois dígitos como uma expectativa razoável para a WEG a partir de agora, com investimentos mundiais em rede em meio à capacidade limitada da indústria, desenhando um cenário favorável para transmissão e distribuição para os próximos anos.

Ainda assim, os analistas acreditam que os resultados de hoje podem levantar preocupações em torno das perspectivas de demanda do mercado doméstico, bem como do nível de rentabilidade estrutural da WEG após a consolidação de todas as suas divisões. A corretora manteve sua recomendação de compra para WEGE3, mas não indicou um preço-alvo.

Há quem opte pela venda das ações

Em contrapartida das demais casas analisadas, o Goldman Sachs manteve recomendação de venda para as ações da empresa, justificando a decisão com base em uma perspectiva de crescimento do lucro líquido abaixo do esperado para os próximos anos, combinado com um múltiplo relação entre preço e lucro (P/L) projetado para 2025 em 36 vezes, acima da média. Esse é o movimento mais parecido com o mercado hoje, visto que as ações WEGE3 recuam mais de 5% na sessão.

O banco fixou preço-alvo de R$ 45, apontando que a partir de interações recentes com clientes, os analistas da casa avaliaram que o mercado esperava melhorias contínuas nas margens da WEG, o que torna o resultado atual potencialmente desfavorável.

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* Com informações do Broadcast