O otimismo que impulsionou o mercado a recordes históricos ao final de 2023 está em ruínas. Como mostramos nesta reportagem, boa parte dos pilares que sustentavam projeções de alta para 2024 se deterioraram e agora analistas e economistas começam um movimento de revisão das expectativas. Nesta sexta-feira (19), foi a vez da XP Investimentos.
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Em relatório, os economistas Caio Megale, Francisco Nobre, Rodolfo Margato, Alexandre Maluf, Tiago Sbardelotto e Luiza Pineze destacam que o o Fed mais conservador, demanda doméstica aquecida e incertezas fiscais exigem cautela com política monetária, o que levou o time da corretora a revisar as projeções para 2024.
Com a inflação ainda resiliente nos Estados Unidos, o primeiro corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, só deve se concretizar em dezembro, na visão da XP.
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Boa parte do mercado começou 2024 na expectativa de que o afrouxamento monetário por lá aconteceria ainda no primeiro semestre do ano; a XP esperava por um corte em julho.
A perspectiva de juros altos por mais tempo nos EUA deve exigir uma redução no ritmo de queda da Selic no Brasil, que desde agosto do ano passado caiu 0,50 ponto percentual em todas as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) até aqui. Para a XP, o Banco Central deve reduzir a taxa em 0,25 p.p já no próximo encontro, marcado para 07 e 08 de maio.
Com isso, a corretora que antes via uma Selic em 9% ao final de 2024 agora espera por uma taxa de 10,0% ao ano. A projeção da XP é que os juros brasileiros permanecerão neste patamar até o final de 2025.
A projeção de câmbio também subiu: de R$/US$ 4,70 para R$/US$ 5,00 ao final deste ano, e de R$/US$ 4,90 para R$/US$ 5,15 ao final de 2025.
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A XP não é a primeira a readequar as projeções de mercado frente a um cenário de maior cautela. Na semana passada, o Itaú BBA fez o mesmo movimento, aumentando as estimativas de Selic e câmbio. Veja detalhes aqui.