‘Futuro do varejo’ de moda e lifestyle, o que aconteceu com a Amaro?

Omnichannel de moda e beleza tem dívidas milionárias e protocola recuperação extrajudicial

Há alguns anos a Amaro se posicionava como o futuro do varejo e de como as mulheres consumiriam produtos de moda, beleza e acessórios. Hoje, com dívidas milionárias, o marketplace protocolou pedido de recuperação extrajudicial.

A rede tentará um acordo para saldar rombo de R$ 244,5 milhões com seus credores, sendo R$ 151,8 milhões em dívidas com bancos e mais R$ 92,8 milhões com fornecedores diversos.

Dentre os motivos para que o pedido seja concedido rapidamente, a companhia cita ações judiciais que sofre na Justiça, “que colocam em risco as atividades empresariais, em virtude da iminência de atos de constrição de patrimônio, falência e/ou despejo das lojas”.

Os conceitos do novo varejo pregado pela Amaro convergem com tendências vistas lá fora, mas que acabaram encontrando uma pandemia pelo meio do caminho – e todo um esforço global coletivo voltado ao e-commerce, a experiência do usuário e a preços muito competitivos.

As Amaro Guide Shops seriam uma extensão física das lojas virtuais, trazendo produtos que acompanhavam não só tendências, mas em total sintonia com o gosto das consumidoras.

Entregas de produtos em 2h30 e devoluções ágeis também faziam parte do conceito.

Com isso, a rede teve um crescimento de cerca de 50% em 2021.

No entanto, o cenário de juros altos e inflação corroeu o poder de compra de suas consumidoras-alvo, mesmo aquelas das faixas A e B, que também voltaram às compras em lojas físicas.

Ao mesmo tempo, o endividamento no processo de crescimento e investimento em tecnologia, logística e desenvolvimento de produtos ficou mais caro.

Essa mesma crise aflige os negócios do setor varejista como um todo, como Magalu e Amazon, que bombaram durante os lockdowns, e Americanas, TokStok e Marisa, nesta fase mais recente.

No meio da pandemia varejistas de lifestyle como Mobly (MBLY3, -92,5%), Enjoei (EJNU3, -90%) e Westwing (WEST3, -90%) realizaram seu IPOs. Todas estão no vermelho desde então.

MBLY3 desaba

Antes chamada de ‘disruptiva’, para a Amaro agora a solução mais palpável varia da busca de um grande investidor que acredite no seu modelo de negócios ao sucesso do rolamento das dívidas.

Especial IR 2023