FIIs com cara de renda fixa: entenda queda de remuneração dos fundos de papel
Muito populares entre os brasileiros por serem herdeiros diretos do clássico aluguel de imóveis, alguns FIIs, com jeitão de renda fixa, estão decepcionando muito investidor por aí.
A pessoa que investe em um FII compra uma cota do fundo, que por sua vez controla imóveis como shopping centers, escritórios, galpões logísticos e quartos de hotéis.
Uma outra classe de FIIs, os fundos de papel, investem em ativos imobiliários como CRIs, LCIs e letras hipotecárias, produtos teoricamente de renda fixa.
Os CRIs (certificados de recebíveis imobiliários) captam recursos que bancam projetos de ampliação ou construção. O retorno é baseado em uma taxa ou indexador, com aluguéis futuros como garantia.
Já os LCIs (letras de crédito) também buscam recursos no mercado e pagam taxas pré ou pós-fixadas, com ou sem indexadores.
A diferença entre ambas, grosso modo, é que as LCIs são emitidas por instituições financeiras, enquanto que os CRIs são emitidos pelo proprietário do imóvel, o que traz um componente de risco.
Isso ocorre principalmente quando um FII não recebe os rendimentos de um determinado CRI, cenário exacerbado quando um fundo é muito concentrado em poucos ativos ou setores.
Ou seja, CRIs por si só não são nenhum problema, mas a exposição à inadimplência, riscos setoriais e retornos improváveis devem estar sob o radar do investidor.
O investidor deve também se atentar se o seu FII de papel investe em ativos diversos, aliviando a pressão sobre um eventual calote, e se inteirar sobre dados e gestão dos papéis em relatórios.