Guerra no varejo: brasileiras encostam na Shein em preços. Como você pode ganhar com isso?

2023 vem sendo um ano duro para muitos varejistas, apesar do início do corte de juros e a possível melhora na questão da inadimplência.

Some-se a isso a concorrência de concorrentes como o e-commerce Shein, que com seus preços atraentes acabou caindo no gosto do consumidor brasileiro.

No entanto, com o aperto da Receita Federal sobre a cobrança de impostos de itens importados, os preços de itens vindos da China tiveram um sensível aumento.

Uma das alegadas artimanhas utilizadas por tais varejistas é fracionar remessas abaixo do limite de isenção dos US$ 50, dando um ar de envio de pessoa física, para driblar a fiscalização.

Com melhor fiscalização, segundo um estudo do BTG Pactual, um pacote com 8 produtos da Shein aumentou 6,7% em um período de 6 meses.

Ao mesmo tempo, de olho na concorrência, o mesmo pacote ficou mais em conta em varejistas brasileiros: Lojas Renner (LREN3, -13,7% mais barato), Riachuelo (GUAR3, -15,4%) e C&A (CEAB3, -10,7%).

Analistas acreditam que os custos da Shein aumentarão ainda mais com possível realocação de fornecedores para o Brasil, mas os investidores não devem descartar a reação chinesa.

Além da vantagem nos custos, varejistas como Shein, Shopee e Alibaba têm como diferencial a inteligência de mercado, antecipação de tendências e oferta de produtos.

Mesmo a ausência de lojas físicas – a principal vantagem dos varejistas brasileiros – não pode ser totalmente descartada dos planos chineses.

Analistas apontam a Renner como a varejista nacional mais bem posicionada contra a Shein, ao mesmo tempo que recomendam ações de companhias focadas no público de alta renda.

Entre alguns dos papéis citados estão os de Grupo Soma (SOMA3), Vivara (VIVA3) e Track & Field (TFCO4), todos menos suscetíveis a uma guerra de preços.