As melhores ações de agosto para receber parte dos bilhões em dividendos na Bolsa

O Índice de Dividendos da B3 (IDIV) encerrou julho com uma valorização mensal de 1,89%, abaixo dos ganhos do Ibovespa, que subiu 3,02% no período, refletindo, principalmente, o retorno gradual dos investidores estrangeiros ao Brasil. O último pregão do mês também marcou a chamada “Super Quarta”, com decisões de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

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Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic a 10,50% ao ano. A pausa já era esperada pelo mercado desde a última decisão do colegiado do Banco Central (BC), que estabeleceu, em unanimidade, uma pausa no ciclo de relaxamento monetário no País. O comunicado dessa vez veio em tom mais duro, reconhecendo a deterioração das expectativas de inflação, a piora do quadro fiscal e a depreciação do câmbio. O texto, porém, não trouxe sinais claros sobre uma possível alta de juros em setembro – veja aqui como ficam os investimentos após a decisão.

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O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), por sua vez, também manteve a taxa dos Fed Funds (como são chamados os juros básicos por lá) na faixa entre 5,25% a 5,50% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. Um resultado sem surpresas, mas que mantém a pressão sobre a curva de juros e o câmbio no Brasil. Níveis mais elevados das taxas no exterior funcionam como suporte para a queda de juros no mercado doméstico brasileiro.

Após a decisão, falas de Jerome Powell, presidente do Fed, trouxeram ânimo ao mercado. Em coletiva de imprensa, o dirigente afirmou que um corte de juros pode estar em análise na reunião de setembro, caso a inflação continue a recuar em linha com as projeções. “Fazia muito tempo que não via o Powell tão incisivo sobre o próximo movimento das Fed Funds e, apesar do comunicado neutro, o tom da coletiva foi muito dovish (postura disposta a baixar os juros)”, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

As expectativas por um alívio monetário nos Estados Unidos tendem a beneficiar a Bolsa brasileira. Caso essa projeção se concretize, os títulos públicos norte-americanos devem perder a sua atratividade e, em contrapartida, podem estimular o retorno dos gringos ao mercado local. Conforme mostramos nesta reportagem, pela primeira vez em 2024 a captação líquida (a diferença entre entrada e saída) do capital estrangeiro encerrou o mês com um saldo positivo de R$ 7,4 bilhões. O fluxo pode ganhar força em agosto, com uma maior clareza sobre os próximos passos do Fed.

Ações que pagam dividendos de destaque

Diante das expectativas positivas para o Ibovespa neste mês, o E-Investidor consultou doze corretoras e bancos em busca das ações recomendadas para ganhar dividendos em agosto. Os papéis em destaque ficaram com a recomendação de oito casas: a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4). Já o segundo lugar também ficou dividido entre BB Seguridade (BBSE3) e Telefônica Brasil (VIVT3), cada um mencionado sete vezes.

Para o BTG Pactual, BB Seguridade é um nome “excepcionalmente defensivo” no setor de seguros.  O banco não poupa elogios à empresa. “O risco de inadimplência está ausente, a margem é impressionantemente alta, o cenário competitivo é favoravelmente benigno, o histórico de boa governança corporativa está bem estabelecido e a companhia distribui de 90% a 95% de seus lucros em dividendos, minimizando assim o risco de reinvestimento”.

De janeiro a março de 2024, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,84 bilhão e deve apresentar desempenho similar no segundo trimestre, na visão da Ágora Investimentos. Após a divulgação dos resultados, prevista para o dia 5 de agosto, BB Seguridade também deve informar os valores por ação e as datas de pagamento de dividendos no montante de R$ 2,7 bilhões, aprovado ao final de junho.

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Já a Telefônica Brasil, outro nome de destaque nas recomendações, tem um dividend yield (rendimento via dividendos) estimado em 4,32% pela Terra Investimentos. De acordo com a corretora, a principal tese de investimentos na empresa está centrada na expansão da infraestrutura de fibra óptica, aliada à geração de Fluxo de Caixa Livre (FCL), que se traduz em distribuição de proventos atrativos ao longo de 2024. “Essa perspectiva é impulsionada pelo crescimento acelerado dos negócios de fibra, controle eficiente de custos e resiliência demonstrada no segmento móvel”, destaca a casa em relatório.

Quem também figura na lista de preferências é a Vale, que reportou seus resultados do segundo trimestre na última semana. Um ponto de destaque do balanço foi o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, que foi de US$ 3,993 bilhões, em linha com a estimativa da Ágora. “A melhora sequencial do Ebitda pode ser explicada, principalmente, pelos volumes de minério de ferro mais fortes, compensando parcialmente os preços realizados mais baixos”, explica a corretora.

Junto com o balanço, a empresa anunciou que distribuirá R$ 8,9 bilhões na forma de juros sobre capital próprio (JCP), correspondente ao valor total bruto de R$ 2,093798142 por ação. A data de corte ocorrerá em 2 de agosto, com pagamento previsto para 4 de setembro. As ações passam a ser negociadas “ex-JCP” (sem direito aos proventos) a partir de 5 de agosto.

Petrobras segue nas recomendações para dividendos mesmo com incertezas

Recentemente, o anúncio de que a Petrobras fez uma oferta não vinculante para comprar uma grande participação em uma descoberta de petróleo offshore (fora da costa) na Namíbia gerou cautela no mercado, que passou a temer que a operação pudesse impactar negativamente os pagamentos de proventos da estatal a curto prazo.

A companhia, no entanto, segue entre as recomendações dos analistas para quem deseja ganhar dividendos em agosto. “Mantemos uma visão construtiva sobre o nome e decidimos manter a Petrobras em nosso portfólio. Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, destaca o BTG em relatório.

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O banco ainda estima dividend yield de 15% para a companhia nos próximos meses, o que acredita “mais do que compensar” os riscos da tese. No entanto, reconhece que os riscos de fusões e aquisições significativas no curto prazo poderiam aumentar a percepção de risco e levar os investidores a exigir um maior prêmio de risco para deter ações da petroleira.

Veja a seguir as ações recomendadas para ganhar dividendos em agosto:

Ágora

A Ágora não realizou nenhuma mudança em sua carteira focada em dividendos para este mês.

BB Investimentos

O BB Investimentos não fez alterações em sua carteira para agosto.

BTG Pactual

Para a carteira de agosto, o banco retirou as ações da CPFL (CPFE3), Klabin (KLBN11) e JBS (JBSS3), dando
lugar à Vibra (VBBR3), Bradesco (BBDC4) e Copel (CPLE6).

Empiricus

Para o mês de agosto, a Empiricus trocou as ações da Cosan (CSAN3) pelos papéis da Eletrobras (ELET6).

Genial Investimentos

Em relação ao mês de julho, saíram as ações da Minerva (BEEF3) e Metal Leve (LEVE3), com inclusão dos papéis da BB Seguridade (BBSE3) e Iochp-Maxion (MYPK3).

Guide Investimentos

A Guide realizou uma mudança em sua carteira para este mês. A corretora retirou as ações da Engie (EGIE3), acrescentando, no lugar, os papéis da Alupar (ALUP11).

Nova Futura Investimentos

A Nova Futura adicionou os papéis da BB Seguridade (BBSE3), Cemig (CMIG4), Vulcabras (VULC3), Allos (ALOS3), Copasa (CSMG3) e Metal Leve (LEVE3) na carteira de agosto. Enquanto as ações da Ambev (ABEV3), Vale (VALE3), Tim (TIMS3) e Banco do Brasil (BBAS3) foram mantidas.

PagBank

O PagBank não fez trocas na sua carteira recomendada de dividendos para agosto.

Santander

Para agosto, o Santander excluiu CPFL Energia (CPFE3) e SLC Agrícola (SLCE3) e adicionou as ações da Copel (CPLE6) e Vibra (VBBR3).

Terra Investimentos

A Terra não fez nenhuma alteração em sua carteira focada em dividendos para agosto.

Toro Investimentos

A empresa do Santander indica as seguintes ações para ganhar em dividendos em agosto:

XP Investimentos

A XP decidiu remover as ações da Copasa (CSMG3) e aumentar a posição nos papéis da Vivo (VIVT3) na sua carteira de dividendos de agosto.

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