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Dólar hoje: moeda segue no maior patamar desde janeiro de 2023; veja por quê

O dólar para julho subia 0,03%, a R$ 5,3655

Dólar hoje: moeda segue no maior patamar desde janeiro de 2023; veja por quê
Dólar (Foto: Adobe Stock)

O dólar hoje começou os negócios com alta leve no mercado à vista, puxado pela valorização no exterior em meio à queda do petróleo e o tombo de 4% do minério de ferro. Os investidores olharam ainda a aceleração a 0,46% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, no teto das projeções do mercado.

Contudo, a moeda americana perdeu força e rodava perto da estabilidade nesta terça-feira (11), diante do alívio nos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa). Com a agenda externa ainda enxuta, os investidores estão na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed), a entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, e o índice de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA em maio, nesta quarta-feira.

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No Brasil, a inflação medida pelo IPCA fechou maio com alta de 0,46%, ante uma elevação de 0,38% em abril, informou nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio no teto do intervalo de estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um aumento entre 0,32% e 0,46%, com mediana positiva de 0,40%. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,27%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,93%, também no teto do intervalo das estimativas de analistas, que iam de 3,77% a 3,93%, com mediana de 3,87%.

No radar local fica palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto (10h10) e reuniões do presidente Lula com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes também da indústria, da agricultura e do setor do petróleo.

Essas reuniões devem ocorrer sob a insatisfação do setor produtivo com a medida provisória que limita o uso de créditos de PIS/Cofins para compensar a perda de arrecadação com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e dos municípios este ano. O governo sinaliza disposição para negociar alternativas. Uma das opções na mesa é possibilitar que os exportadores sejam ressarcidos por esses créditos e que isso ocorresse em prazo mais rápido.

Ainda há um cardápio de opções de medidas para desindexar os gastos do Orçamento federal, incluindo a ideia de estabelecer o teto de 2,5% acima da inflação para as despesas hoje vinculadas ao salário mínimo, como os benefícios previdenciários, e também para os pisos da saúde e educação, hoje atrelados à arrecadação do governo.

Por esse modelo, esses gastos, que hoje crescem num ritmo muito alto, ficariam sujeitos ao mesmo limite do atual arcabouço fiscal – corrigindo a distorção de se ter rubricas obrigatórias com crescimento acelerado, que acabam comprimindo gastos para investimentos e para o custeio da máquina pública.

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Segundo a Fazenda, o benefício da desoneração deverá custar neste ano cerca de R$ 26 bilhões, enquanto a limitação no uso do PIS/Cofins poderá gerar uma economia de R$ 29 bilhões.

Nesta terça-feira (11), o petróleo seguia em baixa, após subir quase 3% na segunda-feira (10). O mercado passa por uma realização moderada, que se sustentava após a divulgação do relatório mensal da Opep, que manteve suas projeções para a demanda e oferta da commodity.

Mais cedo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) publicou relatório mensal em que mantém a previsão de alta na demanda global por petróleo em 2024, em 2,2 milhões de barris por dia (bpd); e em 2025, em 1,8 milhão de bpd. Os países que devem mais contribuir para o incremento da oferta em 2024 são EUA, Canadá, Brasil e Noruega.

Às 9h26, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 5,3548. O dólar para julho subia 0,03%, a R$ 5,3655.