- De acordo com balanço do 3T21, a WEG reportou um lucro líquido de R$ 812,9 milões. O valor é 26% maior do que o balanço de 3T20
- No entanto, as ações da companhia derrocaram ao longo do pregão desta quinta-feira (28) e fecharam com uma baixa de 3,49%
- O mesmo acontece na manhã desta sexta-feira (29) em que os papéis se derretem com um baixa de 1,53%
Os preços das ações da Weg (WEGE3) seguem em queda nesta sexta-feira (29). No fim da manhã, a perda chegou a 1,53% alcançando o valor de R$ 37,26 para cada papel. O baixo desempenho acontece após a divulgação do balanço do terceiro trimestre, considerado positivo pelo mercado, na quinta-feira (28). Na avaliação de analistas, a baixa pode estar associada ao aumento da taxa de juros que pode prejudicar a performance da empresa.
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De acordo com o balanço financeiro do 3T21, a empresa conseguiu aumentar em 26,2% seu lucro líquido em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi visto como positivo pelos analistas do mercado financeiro, mas não foi o suficiente para aumentar o valor das ações da Weg. Na quinta-feira (28), os papéis da empresa fecharam com uma queda de 3,49% chegando a R$ 37,83.
Um dos motivos para o baixo desempenho pode estar relacionado com o aumento da Selic que deve ter penalizado os papéis da companhia. De acordo com Fernando Ferrer, analista da Empiricus, isso acontece porque o mercado espera bons resultados da companhia e a alta dos juros pode frustrar essa expectativa.
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“Acontece que, nos últimos dias, a curva de juros elevou demais e essas empresas de grande crescimento sofrem bastante. Mas de um modo geral, o resultado foi muito bom e o mercado gostou”, afirma. A recomendação de Ferrer para as ações de WEGE3 é de compra com um preço alvo estimado de R$ 50.
Mário Goulart, analista da O2 Research, já aponta outro fator que pode ter contribuído para a derrocada no preço dos papéis. Segundo ele, o mercado esperava que resultados maiores para algumas métricas do balanço, como a margem EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). “A margem EBITDA foi de 18,8%, enquanto a do 2T21 foi de 24,3%”, afirma.
No entanto, de acordo com Goulart, a redução pode ser um reflexo do impacto dos preços nas cadeias de suprimentos. “A empresa continua forte, com sólidos fundamentos, dinheiro em caixa, receitas dolarizadas, e investindo em aquisições”, ressalta. Mesmo assim, a orientação ao investidor é que tenha cautela antes de adquirir as ações. “A avaliação é positiva para a empresa e negativa para o País onde ela (Weg) se encontra. Precisa ver o quanto o investidor quer pagar pelo risco Brasil”, destaca.
A XP Investimentos também avaliou como positivo os resultados da Weg. Em relatório, a corretora destacou o lucro de R$ 813 milhões que correspondeu a 9% a mais das suas estimativas. Mas ao contrário de Goulart, os analistas da XP enxergam o perfil da empresa como defensivo aos riscos domésticos por causa da forte participação no mercado externo. Ou seja, em momentos de depreciação do real, a companhia se beneficia.
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“A razão de ser defensiva é devido a alta representatividade do mercado externo na composição de receita da companhia (55% do total), sendo que parte relevante desse total é de produtos exportados”, destaca Lucas Laghi, analista de bens de capital e transportes da XP Investimentos.
A Inside Publicações também recomenda de compra das ações da Weg por causa da perspectiva de recuperação da indústria e ganho de participação no mercado norte-americano. No entanto, a casa de investimentos reduziu o preço justo por ação para R$ 42. O motivo se deve ao aumento da taxa de juros e os desafios em relação à manutenção das margens em um ambiente de inflação previsto para 2022.