- Os mercados acionários mundiais, incluindo os principais índices de Wall Street, fecharam o pregão desta terça-feira (30) com recuos
- A circulação de uma nova variante do coronavírus tem deixado os mercados globais em alerta com os possíveis impactos que a cepa, denominada como Ômicron, pode trazer para a economia.
- A outra orientação é realocar os investimentos para ativos de renda fixa como uma forma de proteger o patrimônio da volatilidade do mercado
A circulação de uma nova variante do coronavírus tem deixado os mercados globais em alerta com os possíveis impactos que a cepa, denominada como Ômicron, pode trazer para a economia.
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A descoberta da nova cepa em vários países da Europa também aumentou o receio mundial. Na última sexta-feira (26), as principais bolsas do mundo fecharam em queda. O Ibovespa também seguiu o mesmo percurso e fechou com uma queda de 3,3% aos 102.224, 26 pontos.
Já na segunda-feira (29), o alerta sobre a nova variante parecia ter passado com as declarações de que os sintomas da Ômicron seriam leves. Os mercados internacionais tiveram resultados positivos no fechamento do pregão. O Ibovespa pegou carona e fechou aos 102.814 pontos, com uma alta de 0,58%.
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Mas o cenário mudou. A cautela em relação à nova variante voltou a estar presente nos mercados globais com a notícia que as vacinas poderiam ser ineficazes contra a Ômicron. Os mercados acionários mundiais, incluindo os principais índices de Wall Street, fecharam o pregão desta terça-feira (30) com recuos que também foram impulsionados pelas declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), uma delas afirmando que a inflação alta pode ser atribuída à pandemia.
“O mercado sempre está em dois estágios: ou desesperado ou ganancioso. E no momento de incerteza precifica quedas muito fortemente, produz correções e desvalorizações muito grande”, explica Bruno Contesini, estrategista sênior da EWZ Capital o comportamento das bolsas mundiais.
Assim como na última sexta-feira, quando assunto veio à tona, os papéis das empresas ligadas ao setor de turismo tiveram quedas nesta terça. No último pregão, a CVC (CVCB3) ficou na lista das empresas com as maiores baixas da B3 ao registrar uma baixa de 6,39%, chegando a R$ 13,62.
Com esse cenário, os analistas recomendam atenção no que está ocorrendo tanto no Brasil quanto no mercado internacional. “Os investidores devem fazer suas próprias pesquisas antes de fazer qualquer investimento, tendo a covid-19 e seu impacto como um importante critério de decisão”, orienta David Gobaud, fundador e CEO das Passfolio, plataforma de investimentos voltada para o mercado norte-americano.
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Esse olhar também precisa ter uma perspectiva para longo prazo. Segundo Gustavo Aranha, sócio e diretor de distribuição da GeoCapital, os mercados globais ainda seguem em um cenário incerto por causa da pandemia.
Por isso, o ideal é que o investidor tente mensurar os efeitos da covid-19 para as companhias nos próximos anos. “O mercado esquece que a gente está em um cenário incerto e quando vê uma notícia dessa reage de forma abrupta. A recuperação econômica não é uma linha reta”, frisa.
Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, reforça que no momento é preciso monitorar os efeitos que essa nova variante pode causar a nível global. “Ainda não se sabe o nível da letalidade e o mais importante, na minha opinião, é saber se a mutação faz com que a vacina seja ineficaz. Esse é o maior risco”, ressalta.
Onde investir
A depreciação dos ativos nos mercados globais devido às preocupações dos efeitos da nova cepa não significa, na avaliação de Felipe Vella, analista da Ativa, oportunidade de compra. Enquanto não houver respostas sobre os sintomas e se as vacinas são resistentes à nova variante, o investidor precisa balancear a sua carteira de investimentos para os ativos menos arriscados.
“Se a gente levar em consideração a base global, os ativos menos arriscados do mundo seriam a dívida norte-americana, ouro e moedas fortes, como o dólar e o franco suíço”, afirma Vella. Além disso, os investimentos de renda fixa também podem ser boas alternativas para proteger o patrimônio em meio às quedas do mercado.
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“Eu optaria por algum ativo nesse momento que tenha liquidez rápida para compor caixa e, quando a gente tiver uma perspectiva melhor do que vai acontecer, retirar essa liquidez rápida para aportar em renda variável”, acrescenta o analista da Ativa. Segundo ele, as opções para esse tipo de investimento são debêntures, LCIs, LCAs e Tesouro IPCA+.
Já Felipe Arrais, analista de investimentos globais da Spiti, acredita que o momento ainda não é de movimentação financeira. O investidor precisa aguardar respostas sobre a eficácia da vacina contra a nova variante. “Mas não faz mal dentro da sua carteira de ações você ter grandes empresas ou um ETF de qualidade que reúna aquelas companhias líderes de mercado com grande potencial”, sugere.