- Os investidores acreditam e clamam pela regulamentação, mas ao mesmo tempo estão preocupados com os impactos que ela pode trazer para o mercado
- Lidar com esses cenários, entender o comportamento do consumidor e das novas gerações é chave para investir nesse mercado
- O número de investidores em criptomoedas vem aumentando em todo o mundo, mas o crescimento recente foi exponencial. Mais da metade dos investidores atuais entraram nos últimos 12 meses, de acordo com Grayscale Investments LLC
É fato que o mercado de criptomoedas vem quebrando vários paradigmas como: a possibilidade de ganho dos ativos, o interesse dos governos no mercado e até a disrupção nos modelos de negócios. Mas, ao mesmo tempo, existem certos paradoxos que deixam esse cenário mais interessante e complexo.
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Os investidores acreditam e clamam pela regulamentação, mas ao mesmo tempo estão preocupados com os impactos que ela pode trazer para o mercado. Eles são eco-conscientes, mas a mineração das criptomoedas tem provocado o crescimento constante do consumo de energia. Lidar com esses cenários, entender o comportamento do consumidor e das novas gerações é chave para investir nesse mercado, que de acordo com a Allied Market Research, mais que triplicará até 2030, atingindo uma avaliação de quase US$ 5 bilhões.
O número de investidores em criptomoedas vem aumentando em todo o mundo, mas o crescimento recente foi exponencial. Um dado interessante compartilhado pela Grayscale Investments LLC é que o interesse pela cryptomoeda Bitcoin aumentou muito em 2021, apesar da turbulência do ativo. Mais da metade dos investidores atuais entraram nos últimos 12 meses, de acordo com a empresa de criptomoedas.
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Queiram investir ou não, empresas e investidores devem estar atentos às tendências e os movimentos do mercado.
Investimentos em novos modelos de negócio
Um dos fatores para avaliar um segmento de negócios é a intensidade de capital alocado por fundos e o mercado de criptomoedas teve um verdadeiro boom de investimentos dos fundos de Venture Capital em 2021. Foram investidos cerca de US$ 30 bilhões, ou seja, mais do que em todos os anos anteriores e quase 4 vezes o valor investido de US$ 8 bilhões em 2018, de acordo com os dados da PitchBook Data Inc.
Esses investimentos estão centrados em modelos de negócio que prometem trazer novos componentes para os consumidores em diferentes mercados. Os mercados imobiliário, financeiro, de jogos, entre vários outros, estão sendo alvo de investidores interessados em novos modelos de negócio. Um bom exemplo disso é a Decentraland (Mana), uma plataforma de realidade virtual fomentada no blockchain que permite que os usuários criem, experimentem e monetizem conteúdos e aplicativos. Nela os usuários compram lotes de terra para depois serem construídos e monetizados.
Outro exemplo é a empresa Sky Mavis. A proprietária da Axie Infinity (AXS), levantou US$ 150 milhões em uma avaliação de US$ 3 bilhões. Axie Infinity é um jogo virtual on-line baseado em trocas e lutas, que permite aos jogadores coletar, criar e trocar criaturas conhecidas como “Axies”. Esse é um modelo conhecido como “jogue para ganhar”, que proporciona recompensas pagas enquanto se joga. Esse jogo passou a ser atrativo pois tem um componente importante de inclusão social, que é a possibilidade de as pessoas terem rendas superiores aos salários mínimos de diversos países.
Governos mais interessados e a regulação ganhando prioridade
A regulação no mercado de criptoativos tem sido discutida com muito mais ênfase nos últimos meses, pois os governos intensificaram a avaliação das alternativas para aumentar a proteção para os investidores sem burocratizar o segmento. No Brasil, em dezembro do ano passado, foi aprovado pela Câmara dos Deputados o projeto de Lei 2303/15 que regulamenta o mercado de criptomoedas no País, criando regras para empresas do mercado, além de estabelecer o órgão fiscalizador para o setor. O projeto de lei segue para discussão e votação no Senado.
As stablecoins também estão na mira dos reguladores. Como o próprio nome diz, é uma moeda estável, digital e que pode ser lastreada a outra criptomoeda, a uma moeda fiduciária, a commodities ou metais preciosos.
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Com os movimentos recentes da China de banir as criptomoedas e a aceitação do bitcoin como moeda legal em El Salvador, os governos indicam que vão dar mais ênfase nesse tema. Além disso, vários deles estão avaliando a possibilidade de emitir as suas próprias moedas digitais. Ao contrário de outras criptomoedas, estas seriam apoiadas por bancos centrais e governos.
Metaverso vai impulsionar o mercado de criptomoedas
O metaverso tem provocado uma migração rápida das marcas corporativas para o mundo virtual. Além das BigTechs, empresas como Nike possuem soluções como os crypto sneakers (tênis) que você pode comprar para o seu avatar. A Adidas criou uma coleção de roupas e no setor automobilístico, empresas como a Mercedes e Rolls Royce se fazem presentes nesse universo. Players do segmento de varejo estão lançando produtos no metaverso e os mais vendidos também estão sendo lançados no meio físico, intensificando o conceito “fisital”, que é a integração do mundo físico com o digital. O segmento financeiro também aposta no mundo digital.
Recentemente a insurtech Neptune Mutual, sediada em Hong Kong, anunciou que vai lançar em breve produtos para proteger os ativos digitais dos criadores. Até o aplicativo Tinder entrou na parada. E para a comercialização desses produtos se concretizarem, entram em cena as criptomoedas que são fundamentais para o principal mercado no metaverso: o mercado de games.
De acordo com a empresa de estatísticas Newzoo, o mercado mundial de games possui atualmente 2,7 bilhões de jogadores, ou seja, 35% da população mundial e a projeção de receita deve atingir US$ 200 bilhões até 2023. Os jogos digitais se destacaram em 2021. Nesses jogos as pessoas podem ganhar tokens e trocar por criptomoedas. Isso, combinado com gráficos e jogabilidade aprimorados, criou um aumento na demanda por jogos digitais.
Além disso, fatores como a internet 5G e a Web3, que é a união da descentralização e os conteúdos gerados por usuários com o registro distribuído em blockchain, fazem parte dos impulsionadores para esse mercado.
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É difícil arriscar um palpite para onde vai esse mercado. Mas com certeza vale observar e acompanhar de perto as tendências e o que está acontecendo. O ponto é que a velocidade das mudanças está tão rápida que se corre o risco de perder o bonde. Então, fica atento e faça a sua lição de casa.
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