- WannaCry e Thodex estão entre os crimes mais famosos ocorridos nos últimos anos
- Especialista dá dicas de como proteger criptoativos e evitar fraudes
A criptomoeda é um meio de troca que usa o ambiente digital para circulação. Tecnologias como blockchain e criptografia são incorporadas a esse universo para evitar roubos e fraudes, mas, ainda assim, eles ocorrem.
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Em 2021, aproximadamente US$ 14 bilhões foram surrupiados por malwares (softwares maliciosos), além de ransomwares, que sequestram dados.
As moedas digitais também foram usadas em esquemas de pirâmide, para financiar atos terroristas, lavagem de dinheiro e em golpes com aplicativos e e-mails falsos, de acordo com o relatório Crypto Crime Report 2022, da Chainalysis. Confira cinco crimes com criptomoedas famosos e dicas de como evitar golpes.
1. WannaCry (2017)
Em maio de 2017, mais de 200 mil computadores de 45 mil organizações em 150 países foram infectados com o ransomware WannaCry. Entre as vítimas estavam hospitais do Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, que nem conseguiram atender a pacientes por causa da falta de acesso aos sistemas de computadores.
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Desatentos, usuários clicaram em links maliciosos que instalaram um criptografador para impedir o acesso às informações no Windows utilizado. Naquele momento, houve falha grave no sistema operacional. Uma vez instalado, o ransomware se espalhou para outros computadores da rede, impedindo o acesso. Dados foram roubados e só seriam devolvidos mediante o pagamento de até US$ 600 em bitcoins.
2. Aplicativo falso da Poloniex (2017)
A casa de câmbio Poloniex foi alvo de cibercriminosos em 2017. Eles criaram um aplicativo falso usando o nome da empresa para roubar moedas digitais.
Os investidores que de fato tinham contas na Poloniex descobriram a existência do aplicativo e o baixaram em celulares e computadores. Na sequência, usaram o login e a senha do site verdadeiro para ver o saldo no app e fazer operações. Foi aí que passaram a ser roubados.
Com as informações, os cibercriminosos desviaram os ativos das contas. Até novembro de 2017, mais de 10 mil downloads do aplicativo foram feitos e mais de US$ 140 mil roubados.
3. PlusToken Ponzi (2019)
Outro crime envolvendo criptomoedas foi o PlusToken Ponzi, um esquema de pirâmide que prometia enriquecimento rápido e vitimou investidores na Coreia do Sul e na China. Na época, pessoas perderam mais de US$ 3 bilhões em bitcoin com a promessa de receberem retornos mensais de 9% a 18%.
Os fraudadores desviaram os recursos, embaralharam e misturaram as moedas, desviando-as para vários endereços e dificultando sua localização. O preço do bitcoin caiu na época, impactando milhares de pessoas que tinham a criptomoeda em carteiras digitais.
4. Thodex (2021)
A corretora turca Thodex fez muitas vítimas. Em abril de 2021, após receber aportes de 390 mil investidores do mundo, alegou que fecharia por cinco dias para organizar a operação. Um mês antes, porém, promoveu uma campanha que oferecia 4 milhões de dogecoins para atrair novos investidores, que alegaram nas redes sociais não terem recebido o prometido.
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O serviço foi desativado e o Chief Executive Officer (CEO) da empresa fugiu sob alegação de que a corretora não teria forças financeiras para operar. As perdas foram de US$ 2 bilhões.
5. Poly Network (2021)
O site Poly Network foi alvo de hackers que roubaram US$ 600 milhões em criptomoedas. Eles identificaram um problema no protocolo de interoperabilidade da Poly Network que permitia transferência ou conversão de tokens usados em vários blockchains para acessar criptoativos.
O montante roubado foi considerado o maior em finanças descentralizadas (DeFi) envolvendo três criptomoedas: US$ 267 milhões em ether, US$ 252 milhões em binance e US$ 85 milhões em USDC.
O roubo também impactou as empresas por trás das moedas citadas, que tiveram que se mobilizar para auxiliar na identificação dos ladrões, com bolsas de valores que bloquearam os depósitos desses ativos.
Dicas para se proteger de golpes com criptomoedas
As criptomoedas são seguras. Mas, por serem um ativo relativamente novo, os investidores não são educados de forma eficiente. É o que diz a advogada Milene Fachini Jacob, especialista em fintechs, que é sócia do escritório Baptista Luz. Ela lista alguns cuidados a serem tomados para evitar crimes com criptomoedas:
Como evitar golpes cair em golpes de criptomoeda na internet
- Tome cuidado ao fornecer dados pessoais.
- Verifique se o link é real e confira o que está escrito no Uniform Resource Locator (URL) antes de clicar.
- Cheque se computador e o celular estão com as atualizações de sistema operacional, navegador e antivírus em dia.
- Evite fazer downloads de desenvolvedores desconhecidos.
Como evitar golpes cair em golpes de criptomoeda nos investimentos
- Utilize hardware confiável ao transacionar criptoativos.
- Investigue se o criptoativo tem solidez e quais são a proposta e a rentabilidade.
- Pesquise a corretora, se tem mídia negativa, quem é o empresário e qual é a história dele.