- Hoje, com apenas um clique, é possível pedir um prato de comida do nosso restaurante preferido, pedir por um carro de aplicativo quando bate aquela preguiça de pegar transporte público ou até comprar aquele produto que antes só existia nos shopping centers
- O neuromarketing busca entender os desejos, impulsos e motivações que levam as pessoas a optarem por consumir ou adquirir algum produto ou serviço
- Para os profissionais de marketing, informação é poder. Afinal, quanto mais eles conhecem os consumidores, mais conseguem influenciá-los a comprar
Não é novidade para ninguém que a tecnologia invadiu as nossas vidas e transformou muitos dos nossos comportamentos. Mas em relação ao dinheiro, se por um lado ela facilitou o nosso dia a dia com o Pix e aumentou o alcance de produtos como investimentos, por outro, ela também nos faz gastar mais.
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Segundo a ciência comportamental, a facilidade é uma das características que mais influenciam um comportamento humano (veja também o meu artigo sobre Nudges). E é justamente essa artimanha que o neuromarketing, campo que estuda o comportamento do consumidor, mais utiliza para impulsionar vendas. E, é claro, com muita ajuda da tecnologia.
Hoje, com apenas um clique, é possível pedir um prato de comida do nosso restaurante preferido, pedir por um carro de aplicativo quando bate aquela preguiça de pegar transporte público ou até comprar aquele produto que antes só existia nos shopping centers. Isso elimina o atrito de ter que se locomover e gastar mais tempo para fazer uma compra.
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“Anúncios publicitários e até mesmo a ideia de fazer uma compra de um produto ou serviço libera dopamina em nosso cérebro, que é um hormônio ligado ao prazer. Esse hormônio incentiva a impulsividade, por isso, se é muito fácil fazer essa compra, as chances de fazê-la são muito maiores”, explica a neuroeconomista Renata Taveiros de Saboia, fundadora da GTJTÉ Consultoria e membro do Conselho Científico da Multiplicando Sonhos (MS).
Entendendo o neuromarketing
O neuromarketing busca entender os desejos, impulsos e motivações que levam as pessoas a optarem por consumir ou adquirir algum produto ou serviço. Eles consideram o perfil de cada pessoa, o que elas mais pesquisam no Google, em quais redes sociais estão, em quais horários mais compram, entre outros detalhes.
Para os profissionais de marketing, informação é poder. Afinal, quanto mais eles conhecem os consumidores, mais conseguem influenciá-los a comprar. E fazem isso por meio das redes sociais, que ganham dinheiro vendendo não só anúncios, como também dados sobre o comportamento dos usuários.
Certamente já aconteceu com você de, após mencionar em uma conversa determinado produto ou marca, ele aparecer em um anúncio no seu celular. Isso acontece porque o microfone dos nossos aparelhos capturam tudo o que falamos e esses dados são vendidos para as grandes empresas de marketing.
“Com esses dados e ferramentas em mãos, as marcas conseguem oferecer seus produtos à pessoa certa, na hora certa e na rede social certa. E quando a pessoa, que já tem uma tendência a querer comprar aquele determinado produto, vê o anúncio, ela tem a sua circuitaria neural ativada em prol da impulsividade, o que a faz efetuar a compra rapidamente”, explica Saboia.
Como driblar armadilhas e utilizar a tecnologia a seu favor
O objetivo deste artigo não é criar uma imagem negativa sobre a tecnologia e nem dizer que seria melhor voltar aos tempos do dinheiro de papel. Muito pelo contrário, acredito que a tecnologia trouxe muito mais benefícios do que malefícios quando o assunto é finanças pessoais.
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O grande segredo para não cair em armadilhas, no entanto, é entender como essas ferramentas tecnológicas funcionam. “Se você tiver conhecimento básico sobre comportamento e neuromarketing, ao ver um anúncio no Instagram sobre um produto que precisa, antes de clicar, você vai pensar ‘me mandaram esse anúncio porque mencionei o produto em uma conversa’. Então, será mais fácil utilizar a razão e o autocontrole para decidir comprá-lo ou não”, diz a neurocientista.
Assim, é preciso criar o hábito de desacelerar suas ações e evitar a impulsividade. Como? Bom, se você acha que precisa muito de um produto que viu na internet, experimente colocá-lo no carrinho de compras e esperar até o dia seguinte, quando o efeito da dopamina não estiver mais atuando em seu corpo. Certamente, as chances de você seguir com a compra serão menores.
Outra artimanha é retirar os dados do seu cartão de crédito dos aplicativos e sites de compra, ou até mesmo desinstalar algum deles. Assim, toda vez que você for comprar alguma coisa on-line, vai precisar reinstalar o aplicativo e preencher todos os dados. Com esse atrito maior, as chances de você desistir da compra também são maiores.
E se nada disso der certo, faça as três perguntinhas chaves na hora da compra:
- Eu quero?
- Eu preciso?
- Eu posso?
E a resposta for “NÃO” para alguma delas: Não compre!
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Por fim, é como eu digo sempre aos meus alunos da Multiplicando Sonhos: o autoconhecimento é o seu principal aliado para que você se torne a sua melhor versão e alcance os seus objetivos.
Pratique a auto observação e entenda para onde o seu dinheiro tem ido e por que. Depois, defina racionalmente quais são as suas prioridades e, levando em consideração o conhecimento que você adquiriu neste e em outros textos desta coluna, crie um plano para mudar de rota e atingir os seus objetivos.
Bons investimentos!