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- As praças da Europa fecharam em quedas firmes, com os investidores receosos com o clima tenso entre os Estados Unidos e China e no aguardo de um pronunciamento do presidente Donald Trump, que aconteceu apenas durante à tarde, quando os mercados da Europa já estavam fechados
- Em seu depoimento, Trump, sinalizou que começará o processo para retirar o tratamento especial de Hong Kong, após Pequim avançar com uma lei de segurança, indicando que a China estaria quebrando sua promessa de manter a autonomia de Hong Kong
- Apesar do tom adotado, os investidores avaliaram que o discurso não trouxe novidades em relação ao que já vinha sendo dito, o que ajudou na recuperação das bolsas e levou os índices norte-americanos a um movimento de alta
- No Brasil, o Ibovespa mostrou recuperação no fim do pregão, revertendo a queda e fechando com ganhos de 0,52%. A alta foi sustentada pelas ações de Petrobras e Vale. Em maio, a bolsa brasileira registrou ganhos de 8,6%
As bolsas voltaram a encerrar sem direção única nesta sexta-feira. As praças da Europa fecharam em quedas firmes, com os investidores receosos com o clima tenso entre os Estados Unidos e China e no aguardo de um pronunciamento do presidente Donald Trump, que aconteceu apenas durante à tarde, quando os mercados da Europa já estavam fechados.
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Em seu depoimento, Trump, sinalizou que começará o processo para retirar o tratamento especial de Hong Kong, após Pequim avançar com uma lei de segurança, indicando que a China estaria quebrando sua promessa de manter a autonomia de Hong Kong. Apesar do tom adotado, os investidores avaliaram que o discurso não trouxe novidades em relação ao que já vinha sendo dito, o que ajudou na recuperação das bolsas e levou os índices norte-americanos a um movimento de alta.
No Brasil, o Ibovespa mostrou recuperação no fim do pregão, revertendo a queda e fechando com ganhos de 0,52%, aos 87.403 pontos e giro financeiro de R$ 40,7 bilhões. A alta foi sustentada pelas ações de Petrobras e Vale. Em maio, a bolsa brasileira registrou ganhos de 8,6%. No câmbio, o dólar encerrou em baixa de 0,82%, aos R$ 5,34. Na agenda doméstica, foi conhecido hoje cedo o PIB, que teve contração de 1,5% no 1T20 frente ao trimestre anterior, dentro do esperado pelo mercado.
Economia
PIB 1T20:
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Com os primeiros impactos da crise de Covid-19, o PIB do Brasil caiu 1,5% na variação trimestral no 1T20, após um crescimento de +0,4% no 4T19, o que estava de acordo com a estimativa de consenso e um pouco melhor que a expectativa do Bradesco BBI (-1,7%). Em uma base anual, o PIB caiu 0,3%, de + 1,7% no trimestre anterior. Do lado da demanda, o consumo das famílias ficou negativo pela primeira vez desde o 4T16, passando de + 0,4% no 4T19 para -2,0% no trimestre, enquanto o gasto público desacelerou de + 0,4% para + 0,2%. Por outro lado, o investimento teve uma recuperação e aumentou 3,1% no trimestre, após queda de -2,7% no trimestre anterior. Enquanto isso, as exportações caíram 0,9% no 1T20 (de + 2,3% no 4T19) e as importações subiram para +2,8% (de -3,3%) – esse não deve ser o caso no 2T20, principalmente devido a uma depreciação significativa do real desde o início do surto no Brasil. Do lado da oferta, a agricultura foi o único número positivo. No 1T20, a agropecuária apresentou uma recuperação, +0,6% no trimestre, depois de ser o único setor negativo em termos trimestrais no trimestre anterior (-0,4%). Enquanto isso, a indústria registrou queda de 1,4% no 1T20 vs. 0,0% no 4T19 e serviços de recuo de 1,6% vs. + 0,7% – com quase todos os subsetores caindo em uma base trimestral. Certamente, isso já ocorreu devido às ondas de choque iniciais do Covid-19 na atividade, que devem ser intensificadas no 2T20.
Nossa visão: Os primeiros impactos da pandemia de Covid-19 já podem ser vistos nesta versão do PIB. Certamente, as medidas de bloqueio em todo o Brasil começaram a partir de meados de março e o impacto já foi significativo no setor e nos serviços. De fato, esse padrão deve se intensificar para o 2T20, e atualmente o Bradesco BBI espera uma queda de 9,3% no trimestre. No que diz respeito à ótica da demanda, dado o mercado de trabalho muito fraco, o consumo das famílias provavelmente cairá mais uma vez, apesar das iniciativas de ajuda do governo, enquanto os investimentos deverão enfraquecer devido a decisões adiadas devido à alta incerteza. As exportações e importações devem se inverter por trás de um real muito mais fraco em relação ao dólar durante o 2T20. O Bradesco BBI revisou recentemente a estimativa do PIB brasileiro para 2020 para -7,0%, mantendo a previsão para 2021 em +3,0%.