- A bolsa brasileira continua barata e com muitas oportunidades. Contudo, o número de empresas listadas e o volume de negociações pode ser considerado pequeno, se comparado ao universo das bolsas internacionais
Investir no exterior está cada vez mais simples e acessível para os brasileiros.
Expor uma parte de sua carteira ao dólar é importante, seja investindo em fundos cambiais ou BDRs na bolsa brasileira ou diretamente nas corretoras fora do Brasil.
A principal vantagem é a diversificação da carteira de forma descorrelacionada ao mercado brasileiro, investindo em grandes empresas do mercado global, como Apple, Meta, Coca-Cola, Tesla, Google, entre outras, se beneficiando, como acionista, dos resultados de grandes corporações.
Por que investir no exterior?
A bolsa brasileira continua barata e com muitas oportunidades.
No entanto, o número de empresas listadas e o volume de negociações pode ser considerado pequeno, se comparado ao universo de possibilidades em grandes bolsas internacionais.
Pra você ter um parâmetro, veja um comparativo do volume de negociação das 5 maiores bolsas do mundo:
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Fonte: tradinghours.com/markets (dados de 31/10/2022)
As bolsas norte-americanas somam mais de 6 mil empresas listadas, contra pouco mais de 400 empresas por aqui.
Além disso, as estrangeiras possuem uma distribuição muito maior entre setores.
Ao contrário disso, no Brasil temos uma economia cujo desempenho é fortemente ditado pelos ciclos das commodities, tanto que as maiores empresas que compõem o Ibovespa fazem parte deste setor.
É claro que isso torna a nossa bolsa atraente à especulação do capital estrangeiro, porém, mais vulnerável e menos competitiva.
Vantagens de investir nos Estados Unidos
As big players norte-americanas, por estarem presentes no mundo inteiro e em variados segmentos, têm enorme potencial de crescimento e geração de resultados, o que se reverte em retornos atrativos para os acionistas.
Essa característica global das bolsas americanas é um claro sinalizador de que a economia dos Estados Unidos, apesar dos atuais desafios, como inflação crescente pressionando a taxa de juros, temor quanto a uma possível recessão em 2023, bem como os efeitos da guerra comercial com a China, ainda irá continuar crescendo em larga escala nas próximas décadas.
Certamente, a volatilidade deve ser alta nos próximos meses e, como sempre acontece em momentos assim, boas oportunidades de compra estarão presentes nas bolsas dos Estados Unidos para o investidor focado em longo prazo.
Se você pretende ampliar sua diversificação e começar a investir no exterior, minhas recomendações são as seguintes:
- Foco em empresas sólidas, de segmentos perenes e com potencial de valorização;
- Diversifique suas aplicações entre as melhores empresas de cada setor;
- Atenção redobrada caso pretenda investir em companhias que dependem de taxa de juros baixa para viabilizar seu crescimento, como é o caso de empresas de tecnologia;
- Respeite seu nível de predisposição ao risco e fique atento ao balanceamento de sua carteira;
- Não perca de vista o prazo de liquidez que necessita para seu dinheiro;
- Nunca superestime seu conhecimento. Leia os relatórios que as corretoras disponibilizam;
- Comece pequeno. Você pode ir ampliando o percentual de carteira exposto ao dólar conforme for se familiarizando com a dinâmica do mercado internacional;
- Ao abrir conta em corretora dos Estados Unidos, esteja atento às taxas de corretagem e demais custos. Já existem corretoras com taxa zero, então, convém pesquisar;
- Privilegie corretoras que tenham atendimento e relatórios em português. Entender o mercado financeiro já é algo complexo. Por mais que o seu inglês seja fluente, ler sobre dados econômicos-financeiros no seu próprio idioma irá lhe dar muito mais segurança e evitar que algum mal-entendido por causa de jargões locais o induzam a escolhas erradas;
- Algo importante que você precisa considerar: todos os pontos de atenção acima só farão sentido se você tiver um planejamento claro. Investir no exterior não é algo que você faz “porque está na moda”. Quando o assunto são suas finanças pessoais, não existe moda. O que existe é o investimento que tem ou não a ver com suas metas.
Investir no exterior nada mais é do que o desdobramento do racional de diversificação que você usa para seus investimentos aqui no Brasil.
Ou seja, por mais que você goste e acredite no potencial de uma empresa, não invista todo o seu patrimônio nela. Faça o oposto e divida os seus aportes entre vários tipos de investimentos – em cada um deles, ainda diversifique os setores.
A democratização do acesso aos investimentos internacionais chegou para ficar e tende a ser o próximo passo do pequeno investidor que, aqui no Brasil, já migrou dos bancos para as corretoras.
Se você já possui sua reserva de emergência em um fundo de liquidez, uma carteira balanceada aqui no Brasil e pode dividir seus aportes mensais em novas classes de ativos, então talvez seja um bom momento para dar o próximo passo.
Dolarizar parte da carteira, além de proteger o seu poder de compra – especialmente para aquele dinheiro reservado a viagens internacionais ou compras no exterior – vai ampliar o seu acesso a mercados globais onde as boas oportunidades se abrirão de forma exponencial, se comparadas ao mercado local.
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