- Empresas devem ser fundadas e lideradas por empreendedores negros para ter acesso ao fundo
- É necessário usar a tecnologia para a disrupção de modelos de negócio tradicionais
- Fundo faz parte de movimento desencadeado por diversas empresas norte-americanas após assassinato do segurança negro por policial branco
O SoftBank anunciará, nesta quarta-feira (3), a criação de um fundo de US$ 100 milhões para investimentos em empresas fundadas e lideradas por negros. O comunicado será feito em uma carta aos funcionários do banco de investimentos assinada pelo COO (diretor de Operações) do banco, Marcelo Claure, segundo informações do site Axios.
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A criação do fundo dentro do The Opportunity Growth Fund é uma resposta do SoftBank à onda de protestos nos Estados Unidos desencadeada pelo assassinato do segurança George Floyd, negro, pelo policial Dereck Chauvin, branco. O crime foi cometido em 25 de maio, em Minneápolis, e um vídeo do ato registra Chauvin usando o joelho para sufocar Floyd, que diz “eu não consigo respirar”.
“Fundadores e empreendedores negros têm muito potencial, mas eles têm de enfrentar barreiras que os fundadores brancos não precisam. Essa é uma oportunidade de remover essa barreira para uma nova geração de fundadores”, escreveu Claure na carta, segundo trecho revelado pelo Axios.
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Além dos fundadores e líderes, para se tornar elegível ao aporte as empresas terão de “usar tecnologia para a disrupção de modelos tradicionais de negócios” e “criar oportunidades” para profissionais negros.
O SoftBank se compromete a reinvestir 50% dos ganhos com o fundo em programas similares e não irá cobrar a taxa de gerenciamento padrão em seus aportes. Segundo o Axios, o banco ainda não teria identificado nenhuma empresa que se encaixe nos requisitos.
SoftBank enfrenta problemas com WeWork e perdeu dono do Alibaba
A criação do fundo tem o potencial de gerar uma onda de notícias positivas para o banco, que teve recentemente a saída de Jack Ma, dono do Alibaba, de seu Conselho, tem enfrentado sérios problemas com investimentos como WeWork e Oyo Hotéis. O banco fez, recentemente, a recompra de US$ 23 bilhões em ações para acalmar investidores e analisa realizar o IPO do Vision Fund.
Na mesma carta em que anuncia o fundo voltado para empresas lideradas por negros, o SoftBank comunicou a criação de um programa de diversidade e inclusão, com o objetivo de ter em seu quadro de funcionários presença mais forte de grupos sub-representados.
Empresas americanas têm se posicionado após morte de George Floyd
A iniciativa do SoftBank não é isolada. O Bank of America anunciou um fundo de US$ 1 bilhão por quatro anos para iniciativas que reduzam a desigualmente econômica e racial, acelerada pela pandemia de coronavírus. JPMorgan, Citi, Wells Fargo e outros bancos americanos divulgaram comunicados condenando o racismo e apoiando ações de diversidade, em movimento abraçado por diversos setores empresariais dos Estados Unidos.
“Precisamos nos comprometer a criar um mundo melhor e mais justo para todos”, escreveu Tim Cook, CEO da Apple, em carta aos funcionários da empresa. “Vamos continuar de pé e defender uns aos outros durante este momento difícil” foi a mensagem central de Sundar Pichai, CEO do Google, também em comunicado interno.
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