Por Letícia Simionato – O euro chegou a atingir brevemente a paridade ante o dólar, a US$ 1,0000, nesta terça-feira, após a divulgação do índice de expectativas econômicas da Alemanha, que caiu acima do esperado. O movimento não se sustentou, pois a moeda do bloco comum se recuperou e subiu em grande parte da sessão, pressionando o índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais.
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O índice DXY fechou em alta de 0,05%, aos 108,072 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0042, o dólar se desvalorizava a 136,79 ienes e a libra apreciava a US$ 1,1891.
O índice de expectativas econômicas da Alemanha caiu de -28 pontos em junho para -53,8 pontos em julho, segundo pesquisa divulgada hoje pelo instituto alemão ZEW. O resultado veio bem pior do que esperado por analistas, que previam queda do indicador a -41 pontos. A forte queda reforça a perspectiva por recessão técnica no país e na zona do euro a partir do quarto trimestre de 2022, bem como expõe desafios estruturais para a economia alemã, avalia o Morgan Stanley, em relatório a clientes.
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A divulgação do dado fez com que o euro atingisse paridade com o dólar – o que não acontecia desde 2002 – já que os temores de recessão predominam na Europa, em meio à decisão de Moscou de parar a oferta de gás para países da Europa Ocidental esta semana pelo gasoduto Nord Stream 1. Além disso, o dólar se fortalece com a visão de que o Federal Reserve (Fed) vai seguir elevando as taxas de forma mais intensa.
De acordo com a Western Union, a crise energética da Europa, juntamente com perspectivas de crescimento cada vez mais sombrias, pesou fortemente sobre o euro, fatores que levantam o espectro de uma recessão na Europa. Já para a Capital Economics, embora a rápida queda do euro nas últimas duas semanas signifique que muitas notícias ruins sobre a economia da zona do euro agora parecem ser descontadas, as tendências que levam a moeda comum para baixo podem persistir por algum tempo ainda.
O iene também se fortaleceu hoje, após a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmar que intervenções cambiais são justificáveis “apenas em circunstâncias raras e excepcionais”. Por outro lado, o peso argentino se desvalorizou frente ao dólar, ainda em meio a dúvidas de investidores sobre a atuação do governo da Argentina, após a troca do comando do Ministério da Economia. O presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA), Miguel Pesce negou que faltem reservas para a instituição.
“O BCRA intervirá tudo o que for necessário” no mercado cambial, garantiu, em entrevista à emissora de rádio local AM750. O dólar avançava a 127,6536 pesos, contra 127,3980 na tarde de segunda-feira. Já o dólar no mercado paralelo (“blue”) sobe a 272 pesos, informa o El Cronista.