- Desde novembro de 2002, há quase 20 anos, não se via uma queda no euro como a que aconteceu recentemente, quando a moeda ficou com valor semelhante ao dólar
- Especialistas indicam cautela: apesar da desvalorização da moeda europeia em relação ao dólar, outra questão que impacta o orçamento financeiro é a escalada da inflação, que ocorre não só no bloco europeu como no mundo todo
Desde novembro de 2002, há quase 20 anos, não se via uma queda no euro como a que aconteceu recentemente, quando a moeda ficou com valor semelhante ao dólar.
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Esse pode ser motivo de alegria para quem não vê a hora de arrumar as malas rumo ao Velho Mundo. Mas será que é o momento ideal para fazer viagens?
Especialistas indicam cautela: apesar da desvalorização da moeda europeia em relação ao dólar, outra questão que impacta o orçamento financeiro é a escalada da inflação, que ocorre não só no bloco europeu como no mundo todo.
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Apesar da paridade entre ambas as moedas, a zona do euro enfrenta uma inflação de 8,6% nos últimos 12 meses, o nível mais alto da história. Diante de tal cenário, o viajante pode esperar custos mais elevados de hospedagem, transporte e alimentação, inviabilizando muitos planos de viagens, de acordo com o professor Ronaldo Nagai, da graduação em Administração da Faculdade FIPECAFI.
Porém, o mercado tem sido dinâmico e ágil. Assim, as plataformas de comercialização de passagens aéreas e de hospedagem estão se ajustando às mudanças no cenário econômico.
“Podemos considerar que as diárias e a passagem já precificam a tendência da escalada de preços na Europa”, explica Nagai. A demanda reprimida do turismo, fruto da pandemia, também pressiona a alta de preços.
3 dicas para aproveitar a queda do euro em viagens
Para quem pretende aproveitar a queda do euro e fazer viagens, os especialistas indicam que é possível encontrar brechas para economizar.
1. Compre moeda em espécie
Esse é o principal benefício para quem deseja aproveitar a queda do euro em viagens ao continente europeu. Principalmente se o viajante utilizar as contas globais de por algumas instituições financeiras.
Elas adotam a taxa de câmbio comercial — mais vantajosa do que a de câmbio turismo. Na operação, incide o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) menor do que o cobrado nas transações com cartão de crédito — 1,1% versus 6,38%. “Essa pode ser uma vantagem para aproveitar a queda da cotação da moeda no mercado”, detalhou o professor.
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Para quem já possuía reservas em dólar antes do movimento de desaceleração do euro, o momento pode ser interessante para colocar a Europa no roteiro. “O viajante pode comprar um montante maior de euros com menos dinheiro”, avalia Renata Guedes, fundadora da agência de viagens Single Trips.
2. Compre moeda de forma fracionada
Para quem pretende ir à Europa no médio prazo, a recomendação é de que planeje a compra da moeda estrangeira de forma fracionada, minimizando os riscos de variação do valor, pois o cenário futuro ainda é incerto.
3. Pesquise bem o destino antes de viajar
Compare preços em diferentes países no bloco europeu. Apesar de o efeito inflacionário ser generalizado, alguns países têm sofrido menos com a alta dos preços. “Países bálticos, antigas repúblicas soviéticas e a Espanha têm sofrido mais do que outros, como a França”, exemplifica Nagai.
Um exercício é usar como referência preços de produtos a serem consumidos na viagem, como bebidas — água, refrigerante e cervejas — para comparar o poder de compra da moeda em cada país e, com isso, traçar o roteiro no bloco europeu. “Planejando com antecedência, o viajante acompanha as variações da moeda e não perde oportunidades”, aponta Renata Guedes.