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Ibovespa: estas são as 5 ações que mais subiram em julho

As ações do setor de varejo e de tecnologia foram os principais destaques. Veja o ranking

Ibovespa: estas são as 5 ações que mais subiram em julho
O ibovespa encerrou o mês de julho em alta aos xx mil pontos (Foto: Envato Elements)
  • Via Varejo e Positivo foram as companhias que apresentaram as maiores alta no acumulado de julho
  • As ações da Petrobras também entraram no ranking após reportar resultados acima das expectativas do mercado no seu balanço referente ao 2T22
  • O Ibovespa encerrou o mês de julho com uma alta de 4,69%, após sofrer um tombo de 11,5% em junho. No entanto, os ganhos não podem ser considerados ainda um sinal de recuperação

(Daniel Rocha e Wesley Sousa) – As empresas do setor de varejo e de tecnologia foram os principais destaques do Ibovespa em julho. Os ganhos aconteceram mesmo com a sinalização de mais um aumento na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quarta-feira (3), para conter a alta dos preços. Nesta reportagem, mostramos como a bolsa superou a ‘tempestade perfeita’ e ficou no positivo; veja os detalhes

Segundo levantamento da Ágora Investimentos feito a pedido do E-Investidor, as ações de maior destaque no período foram os da Via Varejo (VVAR3), que acumularam ganhos de 29,7%. Apesar do bom desempenho, as altas são consideradas como um “ajuste técnico” dos papéis da companhia.

“Se for olhar todo o setor de varejo, os preços estavam em patamares mínimos. Então, é um movimento técnico e que reflete um possível fim do ciclo (de alta) da taxa de juros (no Brasil)”, avalia André Mamed, Gestor de Portfólio da Lifetime Asset Management.

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A perspectiva de um ciclo de aperto monetário menos severo no exterior também traz fôlego para o mercado. Com a retração de 0,9% do PIB norte-americano, o mercado acredita que o Federal Reserve (Fed) deve minimizar o ritmo de alta da taxa de juros para não agravar ainda mais a crise da maior economia do mundo. Desta forma, as empresas classificadas de “crescimento” (por ter um retorno financeiro projetado no médio e longo prazo) conseguiram ter ganhos nas últimas semanas neste cenário.

“As ações de crescimento subiram mais de 10% no mês. A Via Varejo talvez se destaque das demais porque tinha caído mais (anteriormente)”, avalia Danniela Eiger, head de varejo e co-head de Equity Research da XP. No acumulado deste ano, os papéis da Via acumulam perdas de 54,3%.

Logo em seguida, aparecem as ações da Positivo entre as maiores altas ao registrar uma valorização de 23,6% no acumulado do mês de julho. Segundo Cima, como o mercado enxerga uma forte relação da empresa com o consumo interno, a revisão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o PIB brasileiro, que passou de 0,8% para 1,7%, trouxe boas perspectivas para os papéis da companhia.

"Se o PIB melhorou, imagina-se que a empresa vai apresentar melhores resultados. Mas a companhia tem se comunicado melhor no mercado e explicando as suas vertentes. A Positivo tem alguns investimentos interessantes, como a Hilab", explica Cima.

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As ações da Petrobras tanto as ordinárias (PETR3) quanto as preferenciais (PETR4) entraram na lista das maiores altas do Ibovespa. O otimismo do mercado em relação aos papéis da estatal tem relação aos resultados da companhia referente ao segundo trimestre de 2022 e, principalmente, ao anúncio do pagamento de dividendo "robusto" aos acionistas. Segundo a companhia, cada investidor irá receber R$ 6,73 por ação.

"Em relação ao resultado, os números vieram sólidos, com forte geração de caixa, e EBITDA acima das previsões de mercado", destaca a Ágora Investimentos. No entanto, a corretora ressalta que é possível que as ações sofram volatilidade a partir deste mês de agosto devido ao período eleitoral. "Por enquanto, seguimos com visão positiva e recomendação de Compra para as ações PETR4", acrescenta.

As ações da Locaweb (LWSA3)  aparecem, logo depois, com ganhos  de 20,4% no acumulado de julho. As justificativas para os ganhos são semelhante ao das ações da Via Varejo (VIIA). Ao olhar para o desempenho das ações ao longo de 2022, os papéis amargam uma queda de 48,6%. Por esse motivo, os ganhos não podem ser interpretados, até o momento, como um movimento de recuperação dos papéis.

“É normal que as ações subam um pouco, mas não significa que as pessoas que estão comprando a empresa estejam ganhando dinheiro”, ressalta Felipe Cima, broker de renda variável da Manchester Investimentos.

Ibovespa

O Ibovespa encerrou o mês de julho com uma alta de 4,69%, no acumulado mensal, aos 103.164.69 pontos. O desempenho trata-se de um respiro após o tombo no mês passado, quando o principal índice registrou uma desvalorização de 11,5% no acumulado de junho. O percentual era o menor desde março de 2020, quando iniciou a pandemia da covid-19. Veja as 5 ações que mais caíram em julho

No entanto, na avaliação de analistas, ainda é cedo para indicar se a alta vista em julho pode ser interpretada como um movimento de recuperação. Segundo Raphael Chedid, especialista em renda variável da EWZ Capital, as próximas semanas serão decisivas para avaliar qual o rumo que o Ibov está seguindo.

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“Acredito que precisamos esperar as próximas semanas para avaliar os próximos resultados (referente ao balanço do seu 2T22) das empresas e do PIB e, se esses resultados vierem acima da expectativa de mercado, pode ser interpretado como um bom momento de compra”, afirma Chedid.

Já para Vitor Carettoni, diretor da mesa de renda variável da Lifetime Investimentos, avalia que os ganhos podem sinalizar uma tendência de recuperação para o índice já que o principal fator de pessimismo para bolsa, que era o risco fiscal, parece ter sido solucionado com a aprovação da PEC Kamikaze no mês de julho. "A PEC foi aprovada e o governo busca arrecadação via dividendos para deixar as contas públicas em ordem. Isso é uma sinalização muito positiva", ressalta Carettoni.

Por outro lado, ele não descarta o risco do Ibovespa operar novamente abaixo dos 100 mil pontos, principalmente, com a proximidade do período eleitoral. “Essa alta até os 101 mil pontos, que foi uma alta bastante expressiva de 6%, aconteceu em poucos dias a partir da segunda quinzena do mês. Tendências de alta assim (muito rápidas) costumam ser corrigidas”, acrescenta.

O cenário externo também continua desfavorável para os negócios. Na última quarta-feira (27), o banco central norte-americano elevou em 0,75% a taxa de juros no país. Além disso, os resultados PIB dos EUA referente ao segundo trimestre registraram uma contração de 0,9%, o que reforça a possibilidade de recessão econômica da maior economia do mundo.

“Outros fatores como a guerra na Ucrânia e a pressão geral de custos, não dão tranquilidade de um mercado de bolsa firme à frente”, acrescenta Mario Mariante, analista chefe da Planner Corretora.

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