O que este conteúdo fez por você?
- As atenções de hoje estão no índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA em julho e comentários de dirigentes do Fed
- No Brasil, o destaque fica por conta das vendas do varejo de junho, além de uma bateria de balanços corporativos
- Os mercados domésticos devem se guiar hoje pelo comportamento do exterior
Por Luciana Xavier e Silvana Rocha – As atenções nesta quarta-feira (10) estão no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em julho e comentários de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) após o relatório com dados de emprego do mês passado, o Payroll, ter vindo mais forte que o esperado, aumentando as apostas de um banco central dos EUA mais agressivo na condução da política monetária.
Leia também
No Brasil, o destaque fica por conta das vendas do varejo de junho, além de uma bateria de balanços corporativos que saem após o fechamento dos mercados, com destaque para o do Banco do Brasil.
Os futuros de Nova York buscam recuperação antes do CPI norte-americano, enquanto as bolsas europeias operam mistas, com investidores se mantendo um pouco na defensiva à espera de saber se a inflação poderá justificar uma nova alta de juros de 75 pontos-base dos Fed Funds ( taxa de juros da economia norte-americana) em setembro, que é o que o mercado passou a esperar após o Payroll.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A estimativa do mercado, no entanto, é de uma desaceleração para alta de 0,2% na margem, de 1,3% em junho, e o núcleo do CPI subindo 0,5% na comparação mensal, de 0,7% em junho. A inflação dos EUA está no maior patamar em mais de quatro décadas e o Fed já elevou os juros básicos quatro vezes este ano, incluindo dois aumentos de 75 pontos-base, o triplo de seu ritmo normal de ajuste.
Na Alemanha, o CPI final de julho veio em linha com o esperado, com leve desaceleração, enquanto na China o índice de preços ao consumidor acelerou, mas ficou abaixo do previsto.
Os mercados domésticos devem se guiar hoje pelo comportamento do exterior uma vez que o foco global está na inflação dos Estados Unidos e se o Fed irá seguir duro ou hawkish – termo que designa uma postura austera, com taxas de juros mais altas. O sinal positivo dos futuros de Nova York pode ajudar o Ibovespa, cujo humor também será guiado pelos balanços já divulgados e os que ainda estão para sair, como o do Banco do Brasil.
O dólar mais fraco ante outras moedas emergentes pode ser um bom sinal para o real, enquanto os juros futuros podem se guiar pelos rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública dos EUA), que recuam, mas podem mudar de direção após o CPI. O movimento na parte mais curta da curva, no entanto, pode ser mais limitado, com o mercado já tendo precificado o fim do ciclo de aperto monetário.
Política
Na política, a reforma administrativa prometida pelo candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com empresários ontem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) valeria para novos servidores e limitaria os rendimentos ao teto do funcionalismo. Do lado rival, a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 deve constar do plano de governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Publicidade
A Comissão de Transparência do Senado aprovou ontem requerimento para que sejam convidados a comparecer em audiência pública o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) e mais oito ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para esclarecerem sobre viagem financiada por empresas com ações de falência pendentes de julgamento, para participar de evento em Portugal.
Agenda
CPI nos eua e varejo no Brasil são destaques – A agenda desta quarta-feira tem como destaques a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos em julho (9h30) e comentários de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed), Charles Evans (12h00) e Neel Kashkari (15h00). O Economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, participa de evento da instituição (12h00).
No Brasil, as atenções estão voltadas para dados das vendas do varejo em junho. A mediana da estimativa do Projeções Broadcast para o varejo restrito de junho é de queda de 0,7% na margem, de +0,2% em maio. Após o fechamento dos mercados saem os balanços do Banco do Brasil, BRF, 3R Petroleum e MRV.
Por volta das 7h20 – Barril do petróleo WTI para setembro caía 0,99% na Nymex, a US$ 89,64, enquanto o do Brent para outubro recuava 0,92% na ICE, a US$ 95,42.
No mercado futuro em Nova York, o Dow Jones subia 0,23%, o S&P 500 avançava 0,27% e o Nasdaq tinha ganho de 0,31%. Na Europa, Bolsa de Londres tinha viés de alta de 0,05%, a de Frankfurt subia 0,20%% e a de Paris mostrava viés de baixa de 0,02%.
Publicidade
Rendimento da T-note de dois anos caía a 3,239% (de 3,255%), o da T-note de dez anos recuava a 2,777% (de 2,791%) e o do T-bond de 30 anos diminuía a 2,999% (de 3,002%).
Índice DXY do dólar ante seis divisas principais caía 0,22%, a 106,14 pontos e o dólar recuava a 134,95 ienes (de 135,16 ienes), enquanto o euro avançava a US$ 1,0228 (de US$ 1,0208) e a libra subia a US$ 1,2090 (de US$ 1,2070).