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Sócio da Verde Asset, Stuhlberger zera aposta no real

A equipe da Verde destaca “a melhora dos mercados", que começou no fim do mês de junho

Sócio da Verde Asset, Stuhlberger zera aposta no real
Foto: Iara Morselli/Estadão
  • Fundo aumentou as posições tomadas em juros nos EUA (quando há expectativa de que o ativo vai subir)
  • Fundo também manteve posição comprada em inflação implícita no Brasil, em ouro, em petróleo e em high yield global
  • No mês passado, o fundo multimercados teve retorno de 1,54%

Por Bruna Camargo – A Verde Asset Management, gestora que tem como sócio Luis Stuhlberger, fez algumas movimentações em seu fundo multimercado. Em carta mensal, a equipe de gestão destaca que o fundo aumentou as posições tomadas em juros nos Estados Unidos (quando há expectativa de que o ativo vai subir). Também manteve posição comprada em inflação implícita no Brasil, em ouro, em petróleo e em ativos globais de alto rendimento (high yield global). A alocação comprada em real via opções foi zerada.

“O fundo Verde teve em julho ganhos nas posições de bolsa, tanto no Brasil quanto na parcela global. As posições de crédito high yield e petróleo também contribuíram positivamente. As perdas vieram da exposição em real e das posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos, além da posição comprada em [inflação] implícita no Brasil e da compra de ouro”, descreve a carta mensal.

No mês passado, o fundo multimercados teve retorno de 1,54% por conta da valorização (1,88%) da carteira (book) de ações. A carteira de moedas teve prejuízo de 0,20%. E a de renda fixa perdeu 1,08%.

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A equipe da Verde destaca “a melhora dos mercados”, que começou no fim do mês de junho, ganhou fôlego e se estendeu até os primeiros dias de agosto. Na avaliação da gestora, os dois pontos que justificam isso são o “posicionamento de mercado extremamente exacerbado do lado negativo, fazendo com que qualquer pequena melhora provocasse um rally desproporcional à mudança de fundamentos” e “uma percepção de que as taxas de juros de prazo longo nos Estados Unidos (e, portanto, outros mercados) viram seu pico”.

“A combinação de taxas de desconto mais comportadas e sentimento exageradamente pessimista causou um movimento bastante forte de melhora dos mercados”, diz. Saiba por que o Verde Asset vê mercado excessivamente ‘emocionado’ em julho.

De acordo com a Verde, o aumento de risco em Bolsa e crédito em junho “contribuiu de maneira importante para a performance do fundo neste mês, apesar das perdas nas posições tomadas em juros”. “Não esperávamos um rally de tal magnitude, mas víamos oportunidade de alocar capital a preços bem interessantes. Esta disciplina de gestão será fundamental para navegar um período que promete ainda ser bastante volátil”, pontua a gestora.

Com isso, outra movimentação no fundo multimercado da Verde foi aproveitar esse rally para reduzir a alocação em Bolsa global. Já a alocação em ações brasileiras foi mantida.

Corrida presidencial

“O mercado brasileiro também viu uma melhora, com menores prêmios de risco. Os fatores globais foram dominantes, embora o ruído local também tenha se reduzido, à medida que os políticos focam suas energias na campanha eleitoral. Acreditamos que um estreitamento da diferença entre os dois candidatos é bastante provável nos próximos dois meses, num fenômeno típico de ‘incumbente’ buscando reeleição”, descreve a carta. Segundo a gestora, “será interessante acompanhar a leitura dos mercados para tal fenômeno”.

Na semana passada, em painel durante feira de investimentos, Stuhlberger disse que a possibilidade de a corrida presidencial vir a revelar o Brasil como uma “república de bananas” não está nos preços dos ativos.

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