- Ao participar do mesmo painel, o estrategista-chefe do BTG Pactual Asset Management, Tiago Berriel, disse que o mercado precisa se preparar para um período de alta volatilidade, sobretudo se houver aumento das tensões políticas antes ou depois das eleições
Por Cícero Cotrim e Eduardo Laguna – O chefe de Análise Política da XP Investimentos, Richard Back, disse hoje que uma vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o resultado mais provável da eleição. Ele participou de painel no 4º TAG Summit, na manhã desta quarta-feira (17).
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“O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não ganha a eleição sozinho, ele ainda precisa que Lula entregue a eleição para ele em alguma medida”, disse Back. “Precisa isso acontecer para haver uma reversão neste quadro, para Bolsonaro passar e ganhar a eleição.”
Para Back, o mais provável é que haja um desmembramento do Ministério da Economia, com a recriação de pastas como o Planejamento, independente de quem seja eleito.
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No caso de um novo governo petista, o analista afirma que ainda é cedo para arriscar um nome que comande a Fazenda.
O analista lembrou que os nomes que podem ser convidados vão de petistas como a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro Aloizio Mercadante até formuladores do Plano Real, como o economista Pérsio Arida. “Lula tem essa liberdade de ação. Não é tão óbvio, e Lula é alguém que vai testar isso”, disse.
Ao participar do mesmo painel, o estrategista-chefe do BTG Pactual Asset Management, Tiago Berriel, disse que o mercado precisa se preparar para um período de alta volatilidade, sobretudo se houver aumento das tensões políticas antes ou depois das eleições. “Se tivermos 15 dias de gente nas ruas e confusão pós-eleições, será difícil ter um mercado tranquilo, mesmo que não dê em nada”, comentou o ex-diretor do Banco Central.
O presidente Jair Bolsonaro, ainda que sem apresentar provas, tem alimentado dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas, o que pode levar a contestações do resultado das eleições caso o chefe do Executivo não consiga a reeleição. Segundo Berriel, o Congresso terá, nesse ambiente conturbado, dificuldade de votar uma proposta de emenda constitucional para renovar os pagamentos de R$ 600 do Auxílio Brasil, cuja última parcela está prevista para dezembro. “É muita coisa pra resolver”, avaliou o economista.
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