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Bolsonaro ou Lula: quem investe melhor e qual patrimônio e aplicações eles têm

Juntos, eles declararam quase R$ 10 milhões em patrimônio. Veja o que analistas dizem sobre suas aplicações

Bolsonaro ou Lula: quem investe melhor e qual patrimônio e aplicações eles têm
Lula e Bolsonaro lideram as pesquisas de intenção de votos. (Fotos: Amanda Perobelli/Reuters e Dida Sampaio/Estadão)
  • Quem quiser concorrer nas eleições tem até o dia 15 de agosto para formalizar a candidatura
  • O E-Investidor conversou com analistas para entender o “perfil de investidor” de cada candidato
  • Tem quem investe na previdência privada e em ações e até quem guarda dinheiro em espécie em casa

Os dois candidatos à Presidência da República líderes nas pesquisas eleitorais – Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) e Jair Bolsonaro (PL) –  declararam quase R$ 10 milhões somados em patrimônio pessoal. As informações, obrigatórias, foram entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como o fizeram os outros sete rivais deles na disputa.

As informações são disponibilizadas no site DivulgaCandContas para fins de transparência. O E-Investidor listou aquelas que dizem respeito a investimentos e conversou com analistas para entender um pouco do “perfil de investidor” de cada candidato.

Veja também os investimentos dos candidatos ao governo de São Paulo.

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Bens como imóveis, veículos ou depósitos em conta corrente foram deixados fora da lista, mas as informações completas podem ser verificadas no site oficial.

Entre os candidatos, há quem deixe o patrimônio na previdência privada, quem invista em ações e até aqueles que guardam dinheiro em espécie em casa.

As cadernetas de poupança foram o investimento mais comum entre os presidenciáveis, presentes em cinco das nove declarações. A aplicação, conservadora, é uma das opções com menor rentabilidade na renda fixa atualmente; entenda.

Quem também apareceu bastante, em quatro registros, foram as quotas ou quinhões de capital. Tratam-se de participações em empresas privadas e de capital fechado, que não estão na bolsa de valores, explica Gustavo Schiefler, doutor em Direito (USP), advogado do escritório Schiefler Advocacia. “Se aparece cinco vezes, significa que o candidato possui participação em cinco empresas diferentes, provavelmente ‘Ltda’. Não são empresas S/A, pois, neste caso, não seriam quotas ou quinhões de capital, e sim ações”, diz Schiefler.

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Confira os investimentos declarados por cada um dos presidenciáveis:

Ciro Gomes (PDT)

O candidato declarou ao TSE um patrimônio total de R$ 3.039.761,97. Grande parte está alocada em investimentos conservadores. “Tem poupança, perdendo para a inflação e CDI. Sem renda variável e com dinheiro em espécie. Sem comentários”, diz Fabrizio Gueratto, criador do Canal 1Bilhão e colunista do E-Investidor. Veja:

  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 12.000,00
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 50.000,00
  • VGBL Vida Gerador de Benefício Livre: R$ 28.517,32
  • Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,68
  • Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,69
  • Outros créditos e poupança vinculados: R$ 51.990,69
  • Dinheiro em espécie – moeda nacional: R$ 31.916,28

Felipe D’Avila (Novo)

O candidato Felipe D’Avila, do Novo, tem o maior patrimônio declarado entre os nove presidenciáveis até agora: R$ 24.619.627,66. A maior parte do capital está alocado em empresas privadas, mostrando um perfil mais empreendedor, destaca Rodrigo Brolo, sócio da Criteria Investimentos.

“Muitas empresas e poucos investimentos, seja em renda fixa, seja em ações. Não dá para cravar, mas parece alguém que investe o que ganha na própria empresa, aumentando o seu patrimônio por meio do capital empreendido ali e não em investimentos no mercado financeiro”. Veja:

  • Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 238.578,79
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 1.206.147,32
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 7.095.166,30
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 10.329.000,00
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 2.250.000,00
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 150.900,00
  • Outras aplicações e Investimentos: R$ 1.320,05

Jair Bolsonaro (PL)

Ele declarou um patrimônio total de R$ 2.317.554,73. A parte dos investimentos é praticamente inteira destinada à poupança. “Se as pessoas virem isso, pode acabar incentivando um produto que é ruim, principalmente por ele ser o mandatário do País”, ressalta Gueratto. Veja:

  • Caderneta de poupança: R$ 591.047,58
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 249,00
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 0,00*
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 0,00*

*Na declaração dos bens no TSE, aparecem duas aplicações em ações com o valor zerado. 

Léo Péricles (UP)

Léo Péricles, do UP, tem o menor patrimônio declarado entre os presidenciáveis, de apenas R$ 197,31. Todo o patrimônio está alocado na caderneta de poupança.

Lula (PT)

O ex-presidente declarou um patrimônio total de R$ 7.423.725,78. O ‘rei’ do portfólio do ex-presidente é a previdência privada, mas Lula também investe parte de seus recursos em aplicações de renda fixa. “Praticamente tudo alocado em um plano VGBL. Só de estar tudo concentrado, já é um erro”, diz Fabrizio Gueratto. Veja:

  • VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre: R$ 5.570.798,99
  • Quotas ou quinhões de capital: R$ 49.000,00
  • Fundo de Curto Prazo: R$ 1.213,17
  • Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 185.744,81
  • Caderneta de poupança: R$ 4.719,20
  • Caderneta de poupança: R$ 0,02
  • Outras aplicações e Investimentos: R$ 333,17

Pablo Marçal (PROS)

Além de ter o segundo maior valor declarado, de R$ 16.942.541,15, o patrimônio do candidato é um dos mais diversificados. “Tem uma parte até razoável da liquidez dele investida no mercado acionário e aplicações na renda fixa. Dos quase R$ 17 milhões, mais de R$ 13 milhões vêm do empreendedorismo e o restante está pulverizado em ações e renda fixa”, destaca Brolos, da Criteria. Veja:

  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 6.822,05
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 49.698,98
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 14.814,44
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 31.134,34
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 36.921,06
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 405.932,67
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 2.225,66
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 254.961,78
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 31.687,85
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 121.151,46
  • Ações (inclusive as provenientes de linha telefônica): R$ 272,08
  • Consórcio não contemplado: R$ 288.705,81
  • Consórcio não contemplado: R$ 34.860,40
  • Fundos: Ações, Mútuos de Privatização, Invest. Empresas Emergentes, Invest. Participação e Invest. Índice Mercado: R$20.206,39
  • Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 110.164,64
  • Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 113.191,20
  • Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros): R$ 9.416,36

Simone Tebet (MDB)

Com patrimônio declarado de R$ 2.323.735,38, Simone Tebet, do MDB, não possui produtos de investimentos. Os bens da senadora são distribuídos em terrenos, casas e apartamentos – o que pode não ser tão vantajoso, diz Fabrizio Gueratto. “Nunca indicaria para alguém ter mais de 30% do patrimônio em concentração imobiliária, justamente pela falta de liquidez. Além de que nem sempre tem uma valorização conforme a inflação”.

Sofia Manzano (PCB)

Sofia Manzano, candidata do PCB, declarou um patrimônio de R$ 498.000,00. O único investimento é a caderneta de poupança, onde estão alocados R$ 4 mil.

Vera Lúcia (PSTU)

Vera Lúcia, do PSTU, declarou um patrimônio de R$ 8.805,00, inteiramente alocado na poupança.

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