As ações recomendadas para setembro segundo 12 corretoras

Jenne Andrade e Júlia Pestana – O Ibovespa fechou agosto em alta de 6,16%, aos 109.522,88 pontos. A valorização do índice ocorreu na esteira dos dados deflacionários no Brasil, que alimentaram as perspectivas de que o País caminha para o fim do ciclo de alta da taxa Selic. No final, os papéis que mais se destacaram no período pertencem a setores bastante sensíveis aos juros, como empresas de tecnologia e varejistas.

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“A atividade da economia brasileira vem dando sinais de um desempenho superior ao estimado. No começo do ano falávamos em Produto Interno Bruto (PIB) zerado e até em recessão, mas agora vamos ter um crescimento de 2%, 2,5% nesse ano. São dados de arrecadação muito fortes, que tiram a preocupação fiscal que nos assustou desde o ano passado”, afirma Felipe Miranda, sócio-fundador da Empiricus.

Olhando para a frente, a reta final das eleições e o desenrolar do aperto monetário no cenário internacional devem adicionar volatilidade aos ativos. O Ibovespa alcançou em agosto maior alta desde janeiro deste ano. Veja nesta reportagem o que aconteceu e nesta outra, as perspectivas para os investidores da Bolsa em setembro.

Presentes em pelo menos seis das 12 carteiras consultadas pelo E-Investidor, as ações do atacarejo Assai (ASSAI3) foram as maiores recomendações para setembro. A empresa é considerada resiliente, mesmo em momentos de estresse econômico e inflação alta.

Na sequência, empatados com cinco recomendações cada, aparecem os papéis das Lojas Renner (LREN3), Vale (VALE3), Vibra Energia (VBBR3), Prio (PRIO3) e Itaú (ITUB4).

Esta é a primeira vez no ano que as ações da Vale não ocupam o primeiro lugar entre as principais indicações no ranking do E-Investidor. As incertezas em relação à demanda por minério de ferro em função de uma possível desaceleração da China e menor crescimento global ajudam a explicar esse cenário.

“Acreditamos que a dinâmica do mercado de minério possa seguir instável ao longo dos próximos meses”, afirma a Ativa Investimentos, que reduziu o peso dado aos papéis da mineradora de 10% para 7,5% na carteira.

Recomendados por quatro, entre as 12 corretoras, estão Wege (WEGE3), Totvs (TOTS3) e Banco do Brasil (BBAS3).

Veja nessa reportagem as ações que tiveram as maiores altas em agosto e, nesta outra, as que apresentaram o pior desempenho no mês.

Confira a lista completa de carteiras para setembro:

Ágora Investimentos

A Carteira Top 10 da Ágora Investimentos para setembro veio com três alterações. As ações da Eletrobras (ELET6), Iguatemi (IGTI11) e MRV&Co (MRVE3) entraram no lugar dos papéis de Assaí (ASAI3), Cemig (CMIG4) e Suzano (SUZB3).

“As trocas objetivam manter, em algum grau, a indexação setorial do Ibovespa, mas ao mesmo tempo aumentar nossa exposição aos setores domésticos”, explica a Ágora, em relatório.

Ativa Investimentos

Os papéis do atacarejo Assai (ASAI3), Banco do Brasil (BBAS3), RaiaDrogasil (RADL3) e Vibra Energia (VBBR3) são as novidades para setembro na carteira Strategy da Ativa Investimentos.

Saíram do portfólio os papéis da Minerva (BEEF3), Bradesco (BBDC4), Lojas Renner (LREN3) e Yduqs (YDUQ3). A corretora encerrou as posições em Minerva em função de enxergar uma movimentação de troca de carne bovina por suína na China, principal mercado da empresa.

A retirada dos papéis do Bradesco acontece pelo pior posicionamento do banco frente aos pares, na vis]ao da Ativa. A varejista Renner sai do portfólio pela maior pressão no segmento financeiro da companhia, com o aumento de provisões para inadimplência.

Já a saída de Yduqs ocorreu devido à exposição da companhias às classes C e D, que teve a maior perda de poder de compra em função da inflação desde 2021.

BTG Pactual

As grandes novidades na Carteira Brazil 10SIM da BTG Pactual Investimentos para setembro são os papéis da Ambev (ABEV3), Itaú (ITUB4), Rumo (RAIL3), Arezzo (ARZZ3) e MRV (MRVE3). As cinco ações que ocupavam a carteira no mês anterior eram: Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3), Localiza (RENT3), Lojas Renner (LREN3) e Minerva (BEEF3).

CM Capital

A carteira da CM Capital encerrou o mês de agosto com alta de (+) 3,62%, contra (+) 7,04% do Ibovespa, até o momento da produção da nova carteira. Os destaques ficaram para as ações da SLCE3, SANB11 e PRIO3.

Para o mês de setembro, a corretora trocou um papel da sua carteira recomendada. No lugar das ações do Santander (SANB11), entrou a Sabesp (SBSP3).

Elite Investimentos

Na carteira da Elite Investimentos houve apenas uma troca. Saíram os papéis da Alupar (ALUP11), que subiam 17,54% no ano até o fechamento da última quarta-feira (31), pelos ativos das Lojas Renner (LREN3), em queda de 22,25% no mesmo período.

Dentro do portfólio, os papéis da Marfrig (MRFG3) possuem o maior potencial de alta, de 81,33%. Esse porcentual leva em consideração o preço de fechamento do dia 29 de agosto, de R$ 14,02 e o preço-alvo de R$ 25,42. Em seguida vem os ativos da fabricante de armamentos Taurus Armas (TASA4), com uma valorização estimada de 76,8%.

Genial Investimentos

A carteira recomendada da Genial Investimentos, Ibovespa 10+, acumulou alta de 10,62% em agosto. No ano, a seleção de ativos tem valorização de 7,53%, contra um salto de 6,22% do Ibovespa no mesmo período.

Para setembro, as novidades do portfólio são Americanas (AMER3), BB Seguridade (BBSE3), CCR (CCRO3), Intebras (INTB3) e Totvs (TOTS3). Já os papéis da Alupar (ALUP11), Minerva (BEEF3), Braskem (BRKM5), Lojas Renner (LREN3) e Vivara (VIVA3) deixaram a carteira.

Guide Investimentos

As ações da Americanas (AMER3) e CPFL (CPFE3) deixaram a carteira recomendada da Guide Investimentos em setembro. No lugar, entraram os papéis da Equatorial (EQTL3) e da Magazine Luiza (MGLU3). Vale lembrar que a varejista da família Trajano teve um grande salto na bolsa em agosto e acumulou uma alta de 65,5%, a segunda maior do Ibovespa para o período.

“Ainda que a empresa tenha apresentado prejuízo líquido de R$ 112 milhões no período (segundo trimestre de 2022), um ponto positivo do resultado foi o ganho de capital de giro da companhia, que representou uma folga de R$ 1,1 bilhão no caixa operacional”, afirma a Guide, em relatório.

Já as ações da Equatorial seriam uma oportunidade para surfar nas transformações que o setor elétrico vem passando ao longo dos anos, com a maior participação das fontes renováveis de energia. “Entendemos que a Equatorial tem o modelo de negócio e vantagens competitivas ideais para capturar as novas oportunidades”, diz a corretora.

Modalmais

A ação da Alpargatas (ALPA4) foi a única mantida no portfólio de setembro. Já os outros quatro papéis que compunham a seleção em agosto, Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Alupar (ALUP11) e Gerdau (GGBR4), foram trocados por Sabesp (SBSP3), Assai (ASAI3), Vibra Energia (VBBR3) e Banco do Brasil (BBAS3).

Nova Futura Investimentos

A prévia da carteira recomendada para setembro da Nova Futura Investimentos possui duas alterações em relação a agosto. Saíram os papéis do frigorífico JBS (JBSS3) e entraram as ações das Lojas Renner (LREN3).

Terra Investimentos

As novidades na carteira Terra Investimentos para setembro são os papéis da Vibra ON (VBBR3), Dexco ON (DXCO3) e Ecorodovias ON (ECOR3), que entraram no lugar da WEG ON (WEG3), CCR ON (CCRO3) e Iguatemi UNIT (IGTI11).

Toro Investimentos

A Toro Investimentos escolheu papeis com características mais estáveis para a sua carteira recomendada de setembro. A corretora dobrou o seu portfólio, anteriormente, com cinco ações e manteve os papéis da Ambev (ABEV3) e da Transmissão Paulista (TRPL4).

As novidades indicadas para o mês são os papéis do Bradesco (BBDC4), Grupo Fleury (FLRY3), Rumo S.A (RAIL3), Porto Seguro (PSSA3), Grupo Raia Drogasil (RADL3), Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Telefônica Brasil S.A. (VIVT3) e CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A (CVCB3). No lugar das novas ações, estava a Vale (VALE3), o Itaú Unibanco (ITUB4) e a Marfrig (MRFG3).

Warren Investimentos

A corretora Warren realizou apenas uma troca na carteira PICKS 10+ recomendada para o mês de setembro. Saíram os papéis do Itaú (ITUB3) e Grupo Mateus (GMAT3) e entraram Grupo Energisa (ENGI11) e Banco do Brasil (BBAS3).

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