Após dois dias de rali nas bolsas internacionais, os ativos financeiros passam por alguma realização de lucros nesta quarta-feira (5). O desempenho geral dos ativos no Brasil pode ainda refletir fatores domésticos, especialmente os relacionados à corrida eleitoral e à formação de coalizões para o segundo turno.
Leia também
O risco fiscal do País ainda é a principal fonte de preocupação e a especulação no mercado é a de que a atual equipe econômica deve enviar ao Congresso, após o segundo turno, uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para viabilizar as mudanças no Auxílio Brasil – embora isso seja altamente dependente dos resultados do próximo dia 30, segundo turno das eleições presidenciais.
A alta recente parece refletir a percepção de que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode ter atingido (ou estar próximo) seu pico, após o primeiro declínio significativo na criação de vagas apontado pelo relatório Jolts – o que pode ser chancelado hoje pela pesquisa ADP (considerada uma prévia do relatório de emprego Payroll) nos Estados Unidos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Ainda assim, os temores de recessão global seguem no radar depois que a pesquisa final da S&P Global mostrou que o Índice de Gerente de Compras (PMI) de serviços da zona do euro caiu para ao menor nível em 19 meses. Neste ambiente, as principais bolsas da Europa e os índices futuros de Nova York sugerem perdas pouco abaixo de 1% hoje.
Entre as commodities, os contratos futuros de petróleo passam por ajuste técnico e recuam, embora especulações em torno do volume de um corte na produção sigam movimentando o mercado, enquanto os preços futuros do minério de ferro mostraram leve avanço no mercado de Cingapura, cotados pouco acima dos US$ 94 por tonelada.
Finalmente, no mercado global de moedas, o índice DXY, que mede as variações do dólar ante seis moedas principais, avança.
Agenda econômica (05/10)
Brasil: Os dados da produção industrial de agosto (9h), os PMIs composto e de serviços e o fluxo cambial (14h30), ambos de setembro, serão publicados hoje. A projeção de mercado para a produção industrial é de um recuo de 0,7% em agosto, após alta 0,6% em julho.
EUA: São esperados os dados da ADP de geração de empregos no setor privado (9h15), o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre perspectiva econômica mundial (10h) e as leituras finais de setembro dos PMIs de serviços da S&PGlobal (10h45) e ISM (11h). O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic (que não vota este ano), discursa sobre combate à inflação em evento (17h).
Publicidade
Europa: A pesquisa final da S&P Global mostrou que o PMI de serviços da zona do euro caiu para 48,8 em setembro, ficando um pouco abaixo da leitura inicial. Já o PMI composto do bloco, que também abrange indústria, recuou a 48,1 em setembro, seu menor patamar em 20 meses.
Na Alemanha, mais afetada pelos efeitos da crise energética deflagrada pela guerra da Rússia e Ucrânia, o PMI de serviços diminuiu a 45 no mês passado, nível mais baixo desde maio de 2020, enquanto no Reino Unido o mesmo indicador caiu a 50 em setembro, no menor patamar desde fevereiro de 2021.