- Os golpes on-line refinam a arquitetura do estelionato comum para atrair vítimas
- Para não ter problemas, é fundamental não compartilhar senhas, códigos ou dados de cartões.
Imagine que você está mexendo no seu celular e, de repente, ele começa a entrar “sozinho” em vários aplicativos e realizar compras por você. Parece assustador e, não por acaso, esse golpe é conhecido como “mão fantasma”. Mas esse não é o único.
Leia também
Existem diversas fraudes aplicadas diariamente e novos golpes com aplicativos financeiros seguem surgindo. Por isso, é importante se atentar aos tipos mais comuns e saber como se proteger deles.
Como os golpes digitais funcionam?
De modo geral, os golpes digitais são a versão on-line das armadilhas presentes no mundo físico. Para o especialista em segurança cibernética e diretor-executivo (CEO) da Alphacode, Rafael Franco, o mais comum acontece quando o consumidor faz uma compra e não recebe o produto ou quando o número do cartão de crédito é roubado, por exemplo.
Mas as fraudes on-line também têm suas particularidades. Conforme os sistemas de segurança ficam mais refinados, os estelionatários aprimoram os métodos. Segundo Franco, a arquitetura é basicamente a mesma, mas os golpes digitais podem ser aplicados remotamente. “É mais seguro para eles, porque é mais difícil de a polícia rastrear a prática”, diz.
Segurança digital
Por mais que os bancos cuidem das informações financeiras, a maioria dos criminosos se especializa em enganar o usuário dos serviços bancários.
Publicidade
Conteúdos e análises exclusivas para ajudar você a investir. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Segundo o educador financeiro Thiago Martello, existem alguns casos em que hackers invadem o sistema de empresas financeiras e roubam de centenas ou milhares de pessoas. Mas esses golpes são mais difíceis de ocorrer, pois exigem mais esforço para encontrar as brechas.
“No Brasil, as leis protegem bastante a pessoa física quando a vulnerabilidade é da empresa financeira. Entretanto, na maior parte dos casos, trata-se de descuido do próprio usuário, que passa senhas e códigos ou clica em links”, diz Martello.
Quais são os golpes mais comuns?
Franco comenta que phishing é o mecanismo mais usado pelos golpistas. Nesse caso, o usuário recebe um link por e-mail, WhatsApp ou mensagem de texto de um remetente que se passa pela instituição financeira em que a pessoa tem conta. Ao clicar, o destinatário é direcionado a um site falso, que pede para que a senha seja redefinida; nesse processo, ao digitar a senha antiga e a senha nova, a vítima acaba entregando a verdadeira para os criminosos.
Outro golpe comum acontece por ligações: recebe-se uma chamada que supostamente é do banco para confirmar dados verdadeiros e comunicar uma falsa irregularidade na conta. Na sequência, o golpista informa que será enviado um link, que funciona como um phishing, ou pede os dados do cartão por telefone mesmo.
Há também casos em que, após a ligação, o usuário é informado que um funcionário do banco retirará o cartão na casa da pessoa para destruí-lo, descadastrar o chip ou outro motivo qualquer. Franco lembra que nenhum banco retira o cartão em casa, mas, sob a ameaça de estarem sofrendo um golpe, as pessoas se tornam mais vulneráveis a ser fraudadas.
A “invasão” do WhatsApp também é uma porta para golpes. Nesse caso, os criminosos criam mecanismos para que os usuários informem códigos que dão acesso à conta. Uma vez no controle, eles pedem dinheiro para os contatos próximos se passando pelo dono original do número.
Como se proteger de golpes digitais?
Algumas dicas simples são eficazes para fugir dos golpes, que estão cada vez mais frequentes. A primeira é ser cético e não acreditar em nenhum ganho que pareça “bom demais para ser verdade” e nem em uma fraude que seja tão drástica que coloque em risco sua segurança. “Não clique em links não confiáveis e não digite ou informe senhas e códigos”, reforça Franco.
Publicidade
Outro ponto importante é: sempre que necessário, entre em contato com as instituições financeiras pelos veículos oficiais. Assim, você tem a segurança de que do outro lado da linha está um agente autorizado da instituição.
No caso do WhatsApp e das mídias sociais, Franco comenta que é interessante ativar a autenticação de dois fatores nos apps. Nos smartphones, vale a pena optar pela validação biométrica, seja com a digital ou reconhecimento facial.
Os tipos de golpe estão cada vez mais variados. Martello cita que há casos em que a pessoa recebe em casa uma cesta de café da manhã, supostamente enviada por um amigo que não pagou o frete do envio. Em meio à euforia do suposto presente, o golpista tem tempo para copiar os dados do cartão usado nesse pagamento.
E se engana quem acredita que está livre de sofrer golpes assim. O próprio educador financeiro diz que já teve os dados do cartão vazados. “Provavelmente, em alguma loja em que fiz compras, havia uma câmera que filmou os dados do cartão enquanto eu pagava. Os golpistas fizeram várias compras on-line, mas eu me atentei rapidamente pelas mensagens que recebi do banco e bloqueei o cartão de imediato”, diz Martello.
Atente-se aos cuidados para não cair em golpes com aplicativos financeiros ou cartões físicos.
Publicidade