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Propostas sobre criptos são importantes para o eleitor, diz pesquisa

Estudo promovido pela plataforma Bitso revela percepção dos brasileiros a respeito de ativos digitais

Propostas sobre criptos são importantes para o eleitor, diz pesquisa
Foto: Envato Elements
  • De acordo com a pesquisa "Economia Digital", da plataforma Bitso, 60% das pessoas que conhecem criptos consideram importante propostas políticas sobre o tema para definir o voto
  • O estudo é divulgado no momento em que se discute o Projeto de Lei 4401 de 2021, que está em trâmites finais no Congresso Nacional e, se aprovado, criará um marco regulatório para criptoativos

A Bitso, plataforma de criptomoedas, encomendou um estudo ao Instituto FSB Pesquisa sobre a percepção dos eleitores em relação à criptoeconomia. Foram entrevistadas por telefone 2.023 pessoas de todo o Brasil, nos dias 26 e 27 de setembro deste ano – e o resultado do estudo, chamado “Economia Digital”, foi enviado com exclusividade ao E-Investidor.

Entre os participantes que conheciam ou pelo menos já ouviram falar sobre criptos (76% da amostra), cerca de 60% (923 pessoas) disseram enxergar algum grau de importância no fato de um candidato incluir o tema nas propostas políticas – sendo um dos aspectos para definir o voto. Destes, 42% afirmam ver uma relevância “média”, “grande” ou “muito grande” para escolha do representante.

Por outro lado, 18% veem uma significância “pequena ou “muito pequena” para este tipo de debate, enquanto 30% dizem não perceber importância nenhuma e 10% não souberam responder. O estudo é divulgado no momento em que se discute o Projeto de Lei 4401 de 2021, que avança no Congresso Nacional. Se aprovado, criará um marco regulatório para criptoativos no mercado nacional.

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De acordo com Karen Duque, head de políticas públicas da Bitso, a aprovação da “Lei das Criptomoedas” é urgente, uma vez que é nítido o aumento de interesse dos brasileiros pelos ativos digitais e todo ecossistema cripto. “Estamos avançando para carimbar legalidade nas atividades que envolvem os criptoativos. Não significa que elas são ilegais, mas que precisam de uma chancela legal para avançar na usabilidade e aumentar sua penetração na população em geral”, explica Duque.

De fato, uma das barreiras identificadas pela pesquisa para a adoção das criptos são os quesitos “confiança” e “conhecimento”. Em outras palavras: quanto maior o nível de informação a respeito desses ativos, maior a confiança e a inclinação do entrevistado a fazer parte da criptoeconomia.

Segundo Duque, a regulamentação é o caminho para promover mais segurança aos usuários e promover educação a respeito desse novo sistema financeiro entre os brasileiros. “O Brasil tem potencial para massificar o uso de cripto e incluir mais cidadãos no sistema financeiro, mas aumentar a confiança e segurança ao usuário é imperativo e acreditamos que a regulação é um caminho importantíssimo para atingirmos essa meta”, diz a executiva.

Dificuldades de acesso

A lacuna entre pessoas de classes mais baixas e altas é evidente quando os dados são examinados com profundidade. Na pesquisa, 76% dos participantes afirmaram ter algum grau de conhecimento sobre criptos: entre estes, 37% só ouviram falar, 22% conhecem pouco, 13% conhecem mais ou menos e 4% conhecem muito. Outros 22% nunca tinham tido contato com o tema e 2% não souberam responder.

O nível de conhecimento sobre ativos digitais parece estar diretamente relacionado à condição financeira dos entrevistados. Cerca de 11% dos que ganham mais do que cinco salários mínimos afirmaram conhecer muito sobre criptoativos, contra 4% entre quem ganha de dois a cinco salários e 1% da população que recebe até dois salários mínimos.

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Na outra ponta, quase metade (43%) daqueles que ganham até um salário mínimo nunca ouviram falar sobre economia digital. Esse percentual cai para 7% entre os que ganham mais de cinco salários.

O nível de confiança nas criptomoedas, por sua vez, está ligado ao nível de conhecimento sobre o tema. Pelo menos 64% daqueles que nunca ouviram falar de criptoeconomia disseram que nunca teriam ativos digitais. Essa aversão está presente em apenas 31% daqueles que dizem conhecer muito sobre o assunto.

“Sem dúvida, o principal desafio do mercado de criptomoedas hoje é a educação – fazer com que as pessoas passem do estágio de dúvida e incertezas e entendam melhor o que essa tecnologia tem a oferecer em termos de inclusão financeira e oportunidades de desenvolvimento econômico”, explica Duque.

Para a head de políticas públicas da Bitso, todos que atuam nessa indústria têm a responsabilidade de ajudar a educar as pessoas, para evitar que os investidores, principalmente os novatos, caiam em fraudes.

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A desconfiança, segundo ela, é um estágio pelo qual passa qualquer tipo de inovação tecnológica. Duque relembra a adoção da internet e dos transportes por aplicativos, além das intensas discussões a respeita da legislação sobre estas tecnologias. “Com o tempo, o avanço da regulação e com o aumento do uso massivo, essas tecnologias foram entrando nas nossas vidas de uma maneira tão intrínseca que hoje não conseguimos viver sem”, diz. “Eu vejo que estamos vivendo agora um momento parecido no ecossistema cripto.”

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