- A rede de farmácias Pague Menos registrou pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para entrar na Bolsa de Valores
- O crescimento da B3 ano passado fez com que 18 IPOs fossem programados para 2020. A crise causada pelo coronavírus, contudo, interrompeu os processos
Tem IPO à vista na B3. A rede cearense de farmácias Pague Menos protocolou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para entrar na Bolsa de Valores. A solicitação de “registro da oferta pública de distribuição primária e secundária de ações ordinárias (IPO)” foi realizada na quinta-feira (25), por meio de fato relevante.
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No comunicado, a companhia lista algumas etapas necessárias para o IPO que serão fixadas pelo seu Conselho de Administração: quantidade de ações a serem emitidas na oferta e preço de venda das ações que será realizada no Brasil e no exterior. O avanço acontecerá “após apuração do resultado do procedimento de coleta de intenções de investimento junto a investidores institucionais”, diz o comunicado.
A companhia também oficializou a nomeação de Patriciana Maria de Queirós Rodrigues para a presidência do conselho de administração. Ela faz parte da segunda geração da família Queirós, que comanda a empresa.
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O crescimento da B3 ano passado fez com que 18 IPOs fossem programados para 2020. A crise causada pelo coronavírus, no entanto, interrompeu os processos. (Veja a lista de quem adiou os planos).
Somente a Estapar realizou a oferta pública em meio à pandemia. Entretanto, a recuperação da Bolsa nas últimas semanas e o sucesso dos follow ons de Centauro e Via Varejo deve fazer com que os IPOs sejam retomados e outras novas rodadas de ofertas aconteçam.
Silvio Laban, coordenador do mestrado profissional em administração no Insper, destaca que a decisão de fazer o IPO não tem relação com a pandemia de coronavírus. De fato, há mais de dois anos a rede ensaia a listagem na B3, mas postergou a decisão inúmeras vezes.
“Quando uma empresa desse tipo decide ter capital aberto e se submeter a regras de compliance e controle, isso precisa ser amadurecido com tempo. Também é necessário acertar a gestão e governança interna para dar segurança aos investidores”, diz Laban. “A Pague Menos está de olho no mercado, em que outros players estão se posicionando, vide a fusão de Raia e Drogasil. Esse é um movimento de como a companhia enxerga seu futuro nesse segmento.”
Pague Menos quer crescer e pode inspirar outras empresas do ramo
A rede Pague Menos começou sua expansão nas regiões Norte e Nordeste do país e hoje tem 1.124 lojas distribuídas por 327 municípios de todos os estados brasileiros. A captação de recursos deve ajudar a financiar sua expansão.
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“Ela tem um plano de saltar para 1.600 estabelecimentos em 400 cidades até 2022. É um plano arrojado, e para isso ela precisa de capital”, comenta o analista Marcio Loréga, da Ativa Investimentos. “A empresa busca recursos para crescer e isso é um ponto positivo, que chama a atenção dos investidores. É uma maneira de expandir o negócio, o que acaba gerando maior retorno para o papel e também credibilidade no mercado.”
O momento negativo da economia global, com o agravamento da pandemia do coronavírus, não deve pesar contra a empresa. “Isso afetaria qualquer outro setor, mas o farmacêutico continuou com bons resultados nas vendas”, diz o analista. “Como serviço essencial, não vai parar mesmo que haja uma segunda onda.”
Loréga acredita que o movimento da companhia funcionará como uma espécie de termômetro que pode animar outras empresas do ramo a tomar o mesmo rumo. “Se o IPO da Pague Menos for bem aceito pelo mercado, e tem potencial para ser, pode chamar outras empresas também resilientes nesse momento. Foi o que aconteceu recentemente com o follow-on da Centauro, que chamou o follow-on da Via Varejo”, lembra.
/COLABOROU: Márcio Kroehn
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