- A resseguradora vive um momento difícil desde que foi revelado, no começo do ano, um esquema de fraudes que envolveria sua antiga diretoria.
- O balanço traz expectativas porque indicará como investidores irão se comportar diante dos papéis da empresa, atualmente vistos com muita desconfiança
- Para Victor Martins, analista da Planner Corretora, o balanço representará um primeiro contato com a nova diretoria. “Será importante ouvir sobre esses aspectos (das contas) e um direcionamento sobre os próximos passos”
O mercado financeiro aguarda com atenção o balanço do IRB Brasil RE, que deve ser divulgado nesta segunda-feira (29). A resseguradora vive um momento difícil desde que foi revelado, no começo do ano, um esquema de fraudes que envolveria sua antiga diretoria. O balanço, que deveria ter sido apresentado em maio, traz expectativas porque indicará como investidores irão se comportar diante dos papéis da empresa, atualmente vistos com muita desconfiança.
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Na última sexta-feira (26), segundo o Estadão, o IRB Brasil RE divulgou uma investigação interna que identificou que ex-executivos se apropriaram de cerca de R$ 60 milhões em forma de bônus pela venda de imóveis. Além disso, os ex-colaboradores teriam recomprado um lote de ações, avaliado em R$ 100 milhões, acima do limite autorizado pelo seu Conselho de Administração, exatamente na época da polêmica carta da gestora Squadra.
Para Victor Martins, analista da Planner Corretora, o balanço representará um primeiro contato com a nova diretoria. “Será importante ouvir sobre esses aspectos (das contas) e um direcionamento sobre os próximos passos”.
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O analista também ressalta a importância de mais detalhes sobre a possibilidade do Conselho Administrativo deliberar sobre aumentos de capital, dentro do limite autorizado, e a criação da Reserva de Lucros Estatutária.
“É na teleconferência de resultados onde poderão ser abordados os principais direcionadores para nortear os números daqui para frente, e ajudar na correta precificação das ações da companhia”.
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Apesar de esperar um resultado “bem fraco” nas contas, Marcio Loréga, analista da Ativa Investimentos, diz que o mais importante será avaliar o estrago feito pelos problemas de governança.
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“Quanto mais claro e real for a percepção de que o pior está ali na frente de todos, mas tangível será a possibilidade de recomeço da empresa. Recomeço na questão de credibilidade perdida, juntando os cacos, aprendendo com os erros do passado e colocando a mão na massa, para que os novos projetos para reerguer a empresa deem certo”.
Christian Lupinacci, analista do banco digital modalmais, acredita que o mercado tem uma expectativa mais construtiva neste balanço.
“A empresa está bem barata, teve diversos problemas recentemente com governança, e não tem uma comunicação aberta e linear com o mercado. Isso foi péssimo e castigou o preço das ações. A expectativa do mercado, com a troca da diretoria, é quanto tempo vai demorar para que tirem tire tirar toda a sujeira do tapete”.
Para João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, balanço deverá mostrar que não houve nenhum sinistro nos ativos do IRB e a empresa está “saudável”. Beck destaca que a empresa teve uma alta de 7%, na sexta-feira (26), enquanto o Ibovespa caiu 2%, apresentando volume nos pregões acima da média.
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“O que vai sair no balanço é a real capacidade de geração de lucro da empresa, o que realmente tem de ativo de caixa. O que o mercado especula é que não houve nenhum pagamento alto de sinistro. Não tem justificativa para a empresa estar quebrada. O que pode ter acontecido é que houve uma manipulação grande no balanço da empresa. Então, manipulando o balanço da empresa, a IRB produziu um lucro exagerado”.