- Especialistas entrevistados pelo E-Investidor deram então dicas de como uma pessoa pode aumentar as chances de acertar os pitacos e levar o dinheiro para casa
- Unzelte também afirmou que é importante escolha bem as “zebras”, sem apostar em muitas de uma vez
- Rafael Medeiros afirmou que, como são vários jogos, é importante entender em quais partidas são mais viáveis de participar, para não acabar perdendo dinheiro
Os jogos da Copa do Mundo são acompanhados de palpites dos torcedores, que costumam sugerir possibilidades de resultados ou quantos gols um determinado jogador pode marcar. E muitas dessas indicações envolvem dinheiro e se transformam em apostas.
Leia também
Especialistas entrevistados pelo E-Investidor deram dicas de como uma pessoa pode aumentar as chances de acertar os pitacos e levar o dinheiro para casa. Existem diferentes modelos de bolão e as dicas apresentadas são de ‘bolão simples’, em que ganha mais pontos quem acertar o maior número de resultados.
Vale destacar que as apostas não devem ser consideradas como investimentos, mas uma forma de lazer. “Se vier lucro é ótimo, mas a possibilidade de perder dinheiro não pode afetar o orçamento mensal”, diz a colunista do E-Investidor e psicóloga clínica, Ana Paula Hornos.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Ela sugere que de toda renda que uma pessoa recebe, no máximo 10% seja usado para lazer. Dessa forma, o apostador pode alocar todo o dinheiro nos jogos, mas terá que parar de gastar com streaming e restaurantes, por exemplo. Caso queira ir no cinema e comer fora de casa, precisará dividir o 1/10 do salário entre tudo, incluindo as apostas.
Como aumentar as chances de acerto
O comentarista esportivo e autor do livro ‘Timão – 100 anos, 100 jogos, 100 ídolos’, ‘Cássio’, Celso Unzelte, afirmou que o mais importante é acreditar em resultados com placares baixos: 0 a 0, 1 a 1, 1 a 0, 2 a 1 e 2 a 0, “esses são os que mais se repetem”.
Por exemplo, na Copa do Mundo de 2018, entre todos os jogos a partir das oitavas de final (16 partidas), 12 delas tiveram resultados semelhantes à indicação do especialista. Essa opção de aposta é chamada de base rate, afirma Raphael Castilho, sócio-gestor do Ártica Asset Management.
“A base rate consiste em observar eventos similares que ocorreram no passado para analisar os resultados mais frequentes. Para jogos de moeda, o base rate é que 50% dos arremessos sejam cara,e 50% coroa, por exemplo. Para jogos de futebol, o cálculo consiste em observar os resultados históricos de jogos de futebol e analisar os placares mais comuns”, diz.
Um levantamento realizado Ártica Asset Management mostra que, desde a Copa de 1930 a 2018, 19,4% dos jogos terminaram em 1 a 0, enquanto 15,9% terminaram em 2 a 1. Em terceiro lugar, o placar mais frequente foi 2 a 0, em 10,9% dos jogos, e em quarto foi 1 a 1, em 9,7% das partidas.
Publicidade
O que se observa é que a linha de base para qualquer previsão deveria partir desses placares. “É muito divertido arriscar um palpite de 5 a 0 e acertar, mas esse tipo de placar raramente acontece. Se o seu objetivo é ganhar o bolão, foque nos placares baixos”, afirma Castilho.
Unzelte também reforça que é importante escolher bem as “zebras”, sem apostar em muitas de uma vez. Quanto maior a autoconfiança do favorito e quanto menos chances tiver o adversário, melhor será a sua aposta.
Ele diz ainda que para apostar é importante estudar as condições dos dois times, os últimos resultados, jogadores e o momento que a equipe vive. “Se errar [na aposta, considerando esse estudo], pelo menos você estará errando conscientemente e junto a vários outros apostadores”.
Rafael Medeiros, educador financeiro da plataforma Partiu Poupar, afirmou que, como são vários jogos, é importante entender em quais partidas são mais viáveis de participar, para não acabar perdendo dinheiro.
Publicidade
Além disso, para o especialista, é preciso ter estratégia, “seja, procurar resultados que tem mais chances de serem os corretos, ou acreditar em pontuações fora do que o mercado acredita”.
O desempenho dos grandes times
Leandro Zago, técnico de futebol que trabalhou no Botafogo, Atlético Mineiro e Ponte Preta, também deu dicas sobre como está o desempenho de cinco grandes times na Copa do Mundo, que acontece no Catar:
- Brasil – O time escolhido pelo técnico Tite é composto por jogadores que dominam o que pretendem fazer coletivamente, além de serem profissionais de qualidade, capazes de variar as táticas e estratégias positivamente. A seleção brasileira deve fazer jogos parecidos, sempre focado em pressionar o adversário. Porém, há uma fragilidade no quesito etário. Existem jogadores mais velhos na linha de defesa, como Daniel Alvez, e jogadores muito jovens na parte da frente. O que pode trazer um desequilíbrio;
- Bélgica – A Bélgica é uma equipe que teve um bom aproveitamento na Copa do Mundo de 2018, tanto que tirou o Brasil do campeonato. No entanto, os principais jogadores não estão no mesmo nível que anteriormente, o que pode dificultar o desempenho da companhia;
- Argentina – O resultado da estreia contra a Arábia Saudita demonstrou que o técnico do país, Lionel Scaloni, é inexperiente. Ficou nítido que ele não estudou as táticas que o time asiático poderia fazer. O que fica em questão é se a seleção argentina conseguirá melhorar os passes e entender as estratégias dos outros rivais;
- Portugal – O time, que conta com um dos maiores jogadores do mundo, Cristiano Ronaldo, passa por uma questão etária semelhante ao Brasil. O atleta, que jogava no Manchester United, passou pela sua pior temporada em anos. O país tem uma seleção que contém uma referência no futebol, mas que provavelmente não proporcionará o mesmo nível de qualidade que anteriormente;
- França – A seleção que ganhou a última Copa do Mundo de 2018 tem jogadores importantes, apesar de estar desfalcada com a falta de N’Golo Kanté, Paul Pogba e Karim Benzema. O técnico do time, Didier Deschamps, conseguiu ter uma tática importante 4x2x1, que abrisse espaço para que o Ousmane Dembélé e Kylian Mbappé conseguissem suprir a falta dos outros colegas. Acredito que seja uma seleção que vá longe no campeonato deste ano.