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Educação Financeira

13º salário: pagamento da primeira parcela ocorre até hoje. Tire suas dúvidas

Especialistas dão dicas do que fazer com a bonificação; veja também quando será paga a segunda parcela

13º salário: pagamento da primeira parcela ocorre até hoje. Tire suas dúvidas
As empresas tem até o dia 20 de dezembro para pagar a segunda parcela os trabalhadores (Fonte: Pixabay)
  • Caso o trabalhador tenha exercido sua função por 12 meses, basta pegar o salário e dividir por dois para saber o valor da primeira parcela
  • De primeira, o mais importante é quitar as dívidas. Porém, antes de gastar o 13º para quitar parte dela, a recomendação é fazer uma lista com os débitos pendentes e seleciona os que oferecem mais risco ao bolso do devedor
  • A segunda parcela tem incidência do INSS e IR, mas o valor da tributação dependerá de quanto o profissional recebe

Os trabalhadores com carteira assinada devem receber a primeira parcela do décimo terceiro até esta quarta-feira (30). A valor da primeira parte do benefício depende de quanto tempo o profissional está registrado.

Caso o trabalhador tenha exercido sua função por 12 meses, basta pegar o salário e dividir por dois. Por exemplo, um profissional que ganha R$ 5 mil por mês, a primeira parcela será de R$ 2,5 mil, considerando que os descontos de INSS e Imposto de Renda incidirão apenas sobre a segunda parcela.

Já quem atuou por menos tempo precisará fazer um cálculo proporcional. Para saber o valor das parcelas é preciso dividir o salário por 12, multiplicar pelo número de meses trabalhados e novamente dividir por 2. Um trabalhador que ganha R$ 3 mil, mas exerceu a função por apenas quatro meses, precisará dividir o salário por doze e multiplicar pelo período trabalhado. O resultado será: R$ 1 mil (em que a primeira parcela será de R$ 500).

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Vale lembrar que aposentados e pensionistas já receberam tanto a primeira parcela quanto a segunda parcela antecipadamente. Caso o trabalhador, o aposentado ou o pensionista não tenha recebido as parcelas, veja aqui como proceder.

Trabalhei horas extras, recebo mais?

Quando não há banco de horas, o trabalhador precisa verificar se as horas extras realizadas até outubro foram incluídas na conta. O mês de outubro se torna o prazo máximo porque a primeira parcela do 13º salário precisa ser paga em novembro. O profissional deve dividir seu salário pela soma de todas as horas acumuladas. Ou seja, se o trabalhador ganha R$ 5 mil e trabalhou 16 horas a mais nos dez primeiros meses do ano, o valor da hora extra trabalhada é de R$ 312,50.

No entanto, no regime CLT, horas extras nos dias de semana e aos sábados ainda sofrem um acréscimo de 50%. Por sua vez, horas extras de domingos e feriados exigem pagamento de 100% adicional. NO exemplo acima, supondo que metade das 16 horas foi feita no domingo e o restante durante dias úteis da semana, a conta fica desta maneira:

  1. R$ 312,50 (valor da hora extra) dividido por 2 = R$ 156,25 (para saber o valor do acréscimo de 50%);
  2. Somar do valor da hora extra trabalhada com o acréscimo = R$ 468,75;
  3. Multiplicação do passo 2 pelos dias trabalhados durante a semana e no sábado. Como no exemplo consideramos metade das 16 horas, é preciso fazer: R$ 468,75 x 8 = R$ 3.750,0

Em seguida, para saber o valor recebido no domingo é necessário:

  1. Multiplicar o valor da hora trabalhada por 2 (adicional de 100%) = R$ 625;
  2. Multiplicar o resultado pelos dias trabalhados (que no exemplo foram 8) = R$ 5.000;
  3. Somar o valor ao ganho do trabalho extra em dias úteis e sábados (que foi R$ 3.750,00) = R$ 8.750

Neste exemplo, as horas extras terão um acréscimo de R$ 8.750 sobre o salário bruto, que é de R$ 5 mil, e que ao todo resulta em um valor a receber de R$ 13.750. Assim, o trabalhador receberá uma primeira parcela do 13º de R$ 6.875, caso tenha trabalhado os 12 meses. Haverá desconto de IR e INSS sobre os R$ 13.750 mil cobrados na segunda parcela.

Como calcular a segunda parcela?

A segunda parcela tem incidência do INSS e IR, mas o valor da tributação dependerá de quanto o profissional recebe. Quanto maior o salário, maior o desconto.

No caso do INSS, um trabalhador que recebe R$ 4 mil, deverá ter uma alíquota de 14% abatida do décimo terceiro. Veja a incidência das alíquotas de INSS apresentado abaixo:

  • Salário de até R$ 1.212,00: desconto de 7,5%;
  • Salário de R$ 1.212,01 até R$ 2.427,35: 9%;
  • Salário de R$ 2.427,36 a R$ 3.641,03: 12%;
  • Salário de R$ 3.641,04 para cima: 14%.

O profissional que ganha salário de R$ 4 mil, então, terá com um desconto de R$ 560 de INSS, resultando em uma parcela de R$ 3.440. No entanto, esse valor também precisa ser abatido do Imposto de Renda, conforme a tabela abaixo:

  • Até R$ 1.903,98 – isento
  • De R$ 1.903,99 até R$2.826,65: 7,5%
  • De R$ 2.826,66 até R$3.751,05: 15%
  • De R$ 3.751,06 até R$4.664,68: 22,5%
  • Acima de R$ 4.664,68: 27,5%

Pela simulação, o profissional recebe e R$ 3.440 e o seu desconto seria de 15% sobre o montante. Ou seja, é preciso reduzir R$ 516 para chegar ao total da segunda parcela, que será de R$ 2.924.

As empresas têm até o dia 20 de dezembro para pagar a segunda parcela do 13º salário aos trabalhadores.

Como usar o dinheiro?

Especialistas entrevistados pelo E-Investidor deram dicas do que fazer com o valor. De primeira, o mais importante é quitar as dívidas. Porém, antes de gastar o 13º para quitar parte dela, a recomendação é fazer uma lista com os débitos pendentes e selecionar os que oferecem mais risco ao bolso do devedor. Ou seja, é importante priorizar a dívida mais urgente, como aquela que possui bens como garantia em caso de inadimplência ou tem juros mais altos.

A educadora em finanças pessoais da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), Angela Nunes, também aconselha tentar renegociar dívidas para quitá-las integralmente. Ela reforça que o credor pode conseguir descontos atrativos sobre o valor total se adiantar o pagamento das parcelas.

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A recomendação da planejadora financeira Paula Bazzo vai de encontro com a de Nunes: é preciso priorizar a dívida com juros mais robustos, como as de cartões de crédito, e só depois acelerar a quitação das demais.

A média da taxa de juros praticada pelo mercado para cartão de crédito é de 14,36% ao mês. No acumulado do ano, o valor pode chegar a 400%, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Não tenho dívidas, o que faço?

Especialistas afirmaram que para decidir onde colocar o dinheiro, o investidor precisa entender o seu perfil, se tem uma maior facilidade em aceitar risco-retorno ou não e se o objetivo é o curto, médio ou longo prazo.

Caso o foco seja o curto prazo (menos de dois anos), Carol Paiffer, integrante do programa Shark Tank, recomenda a renda fixa, como o tesouro Selic. Como os juros no cenário doméstico está na casa dos dois dígitos, a 13,75%, basta dividir o porcentual por 12 para saber o retorno bruto que terá por mês, que será de 1,145%

Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos, diz que a escolha do título de renda fixa deve ser feita quanto há a necessidade de compor uma reserva de emergência. “[O Tesouro] gera uma segurança psicológica financeira grande, já que se existir algum gasto inesperado o investidor tem de onde tirar o dinheiro”.

O valor alocado nesse modelo de investimento tem a possibilidade de ser retirado na grande maioria das vezes sem um deságio. Ou seja, sem uma depreciação de preço.

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Investimentos no médio e longo prazo servem para quando o investidor planeja ter uma renda passiva (forma de obter ganhos periodicamente, sem estar diretamente relacionados ao salário).

Eric Zapparoli, educador financeiro e especialista em investimentos nos mercados nacional e internacional, sugere que, para um período de dois a cinco anos, é o Tesouro IPCA+. “Se a inflação aumentar no médio prazo, o investidor sempre terá um ganho real (rentabilidade obtida na aplicação em um produto financeiro, após ser descontada a inflação de um determinado período)”.

E para o longo prazo, o educador financeiro indica ter renda variável no portfólio, como fundos e ações. “Uma vez que companhias pagam dividendos aos acionistas e fundos geram retornos livres de impostos”.

Um levantamento do TradeMap apontou que a Petrobras (PETR3, PETR4) foi a maior pagadora de dividendos no primeiro semestre deste ano. Com proventos em torno de R$ 6,59 por ação. Em segundo e terceiro lugar ficaram a EDP Brasil (ENBR3), com pagamentos no valor de R$ 2,07 por papel, e a Enauta, a R$ 1,71 por ação.

*Com participação de Gabriel Tassi Lara

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