- À época, o trabalhador poderia investir 50% do seu benefício na companhia. Quando a privatização foi feita, foram anunciados cerca de 24 FMPs (Fundos Mútuos de Privatização) monos de bancos ou corretoras
- Agora, os cotistas dos fundos podem optar por migrar sua participação para outros fundos, chamados de ‘carteira livre’
- Vale lembrar que para realizar a portabilidade entre FMPs é necessário acionar o seu assessor vinculado à conta do banco ou corretora
Em meados de junho, a Eletrobras passou por um processo de privatização, o que abriu portas para que trabalhadores com carteira assinada usassem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar ações da companhia. Porém, o montante de aproximadamente R$ 33,7 bilhões ficou travado até ontem (14).
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À época, o trabalhador poderia investir 50% do seu benefício na companhia. Quando a privatização foi feita, foram anunciados cerca de 24 FMPs (Fundos Mútuos de Privatização) monos de bancos ou corretoras. Todos os produtos eram lastreados no desempenho de um único ativo – e por isso são chamados de mono –, no caso, a ação ELET6. Dessa forma, na teoria, não existia diferença entre os retornos, o que mudava era apenas a taxa de administração.
Agora, os cotistas dos fundos podem optar por migrar sua participação para outros fundos, chamados de “carteira livre”, que nada mais são do que produtos com uma alocação que não se limita a um único ativo, ficando sobre responsabilidade de um gestor construir o investimento de forma diversificada, com exposição em renda fixa e ações.
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A opção se mostra interessante ao investidor pelo fato de que, segundo Rodrigo Sgavioli, head de Alocação e Fundos da XP, sempre que for possível diversificar um investimento, “que seja feito”. A exposição em mais de um papel mitiga os riscos de desvalorização do montante investido. Ou seja, enquanto um mono é lastreado apenas na ação da Eletrobras, os FMPs de carteira livre tem investimentos em diversos produtos.
Felipe Pontes, diretor operacional do Economatica, também tem a mesma opinião de Sgavioli. O especialista diz que ter um gestor por trás é bem melhor do que deixar um fundo alocado em uma única ação. Dado o fato de que mesmo se o papel estiver em alta o gestor pode tentar encontrar oportunidades que rendam mais.
Entre junho e dezembro deste ano, as ações da Eletrobras valorizaram aproximadamente 1%. Houve um pico em meados de novembro, quando o ativo subiu 10%, mas retomou o mesmo patamar do começo do segundo semestre. Ou seja, segundo especialistas, o mais recomendável é que os investidores migrem suas cotas quanto antes.
Vale lembrar que para realizar a portabilidade entre FMPs é necessário acionar o assessor vinculado à conta do investidor no banco ou na corretora.
Oportunidades de investimentos
A XP anunciou duas novas opções aos investidores: XP Investor Carteira Livre FMP e XP Balanceado Carteira Livre FMP. Vale lembrar que um cotista que possui fundos em outra corretora precisará entrar em contato com a instituição para pedir a migração à XP.
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Em relatório, a XP explicou como cada FMP funcionará:
- XP Investor Carteira Livre FMP – Segue a filosofia de gestão adotada no fundo XP Investor FIA. O fundo opera apenas comprado e busca superar o Ibovespa por meio de uma análise do tipo fundamentalista. Sua carteira tem em média de 15 a 20 posições;
- XP Balanceado Carteira Livre FMP – uma opção mais conservadora ao XP Investor Carteira Livre FMP, sua estrutura foi montada visando alocar 51% do portfolio de acordo com a carteira do XP Investor FIA e 49% em ativos de renda fixa
“A segunda opção serve principalmente para investidores que buscam reduzir a volatilidade do portfólio sem abrir mão da parcela de gestão ativa em ações”, diz a equipe da analistas da XP, em relatório.
Outro fundo com o mesmo objetivo de ser livre é o Alfa I FMP FGTS VRD, cujo administrador é o Banco Alfa. A taxa de administração do fundo é de 0,60% e seu objetivo é investir em ações variadas da bolsa de valores.
Segundo dados do Economatica, hoje existem 82 FMPs de carteira livre disponíveis aos investidores que usaram o FGTS para comprar ações da Eletrobras.