- Cerca de 46% dos respondentes da pesquisa feita pela FGV relataram que saíram dos bancos tradicionais para as plataformas
- Outros 24% fizeram o movimento contrário e deixaram as plataformas para irem para bancos tradicionais
- Custo elevado do investimento foi principal motivo para as trocas
Nos últimos 12 meses, pelo menos 46% das pessoas que investiam por meio dos bancos tradicionais migraram para plataformas de investimento, como corretoras e fintechs, aponta uma nova pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a plataforma Toluna. Já 24% dos entrevistados disseram ter feito o caminho inverso. Ou seja, no total, 70% trocaram de plataforma de investimentos, sendo o custo elevado o principal motivo para a mudança. Os dados são do estudo exclusivo enviado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao E-Investidor.
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No caso da saída de bancos, o custo foi a razão indicada por 44% dos consultados, seguido por aconselhamento de amigos e parentes (33%). O último fator levado em consideração na hora de optar de sair do banco para uma plataforma foi o serviço deficiente (17%). Entre os destaques está o banco Santander, em que 54% dos respondentes relataram terem migrado para as plataformas de investimento. A pesquisa foi realizada no início de junho com 512 pessoas de todas as regiões do Brasil.
“A tendência de mudança está aí”, afirma William Eid, diretor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVcef) e autor do estudo. “O mundo dos investimentos está evoluindo muito rapidamente, agências de bancos têm seus dias contados.”
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Carol Stange, educadora de finanças pessoais, aponta que o brasileiro tem um histórico de desconfiança com as instituições financeiras em geral, o que pode ter dado combustível para esse cenário. “Questões como o sequestro da poupança, na época do Collor, os períodos de troca de moeda, alta inflação, isso tudo faz com que o brasileiro ainda seja muito desconfiado.”
Sobre o custo dos investimentos, a especialista ressalta que falta educação financeira para os investidores entenderem como as taxas são calculadas em cada aplicação, o que leva ao possível desconforto. “Regras de imposto de renda, de liquidez antecipada, esses detalhes são difíceis, já que muitas pessoas ainda não sabem a diferença entre renda fixa e renda variável”, ressalta a educadora.
O déficit de educação financeira também estaria envolvido no terceiro fator apontado pelos entrevistados, que consideram a opinião de conhecidos um fator importante para definir em que empresa realizar os investimentos.
Na visão de Marco Harbich, planejador financeiro CFP pela Planejar, esse tipo de aconselhamento não leva em conta, muitas vezes, fatores individuais. “A gente tem que levar em consideração a meta de cada um pra ver se tem sentido mudar ou não, nem sempre o que serve para um amigo, serve para nós”, diz.
Mas teve quem saísse das plataformas também
Mesmo o êxodo de corretoras e fintechs sendo bem menor, a porcentagem (24%) ainda é considerável, já que corresponde a quase ¼ dos entrevistados.
O fator “custo elevado do investimento” também foi apontado como o principal para a migração, seguido da qualidade dos serviços e, por último, aparece o aconselhamento de amigos. “O ideal é buscar informação, comparar as taxas de fundos de corretoras e outras instituições.”
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As grandes exceções foram as corretoras XP e Inter, em que o aconselhamento de amigos pesou mais que a qualidade dos próprios serviços oferecidos. “Para eu aconselhar um amigo, tenho que saber todas as necessidades e perfil de risco dele, o que na maioria das vezes não é o caso”, diz Harbich.
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