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Reabertura de lojas não deve frear e-commerce na Bolsa

Especialistas recomendam as ações de VVAR3 e LAME4 para o investidor

Reabertura de lojas não deve frear e-commerce na Bolsa
O CEO da Via Varejo. Roberto Fulcherberger, em uma unidade das Casas Bahia de São Caetano do Sul, em 2019. (JF Diorio/ Estadão Conteúdo)
  • Mesmo com a alta nas ações do e-commerce no ano e a reabertura da economia, o setor deve continuar em alta
  • O hábito de comprar on-line deve se manter mesmo com as lojas físicas voltando a operar normalmente

O confinamento dos brasileiros em casa por conta da pandemia de coronavírus fez as ações do e-commerce ganharem destaque na bolsa de valores entre abril e junho. Dados da Neotrust/Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada no segmento, confirmam: o setor faturou R$ 33 bilhões só no segundo trimestre deste ano, alta de 104,2% em relação ao mesmo intervalo de 2019.

Até o fechamento do mercado desta quinta-feira (23), das quatro ações que mais valorizaram no ano, três são de empresas do varejo on-line: B2W (BTOW3) 92,48%, Via Varejo (VVAR3) 78,33% e Magazine Luiza (MGLU3) 69,50%. O único “intruso” no top 4 é o papel da WEG (WEGE3), com a maior variação de 2020, 94,24%.

Com a retomada gradual das atividades no País, as lojas físicas do varejo regressam e agora voltam para a disputa de vendas com o comércio eletrônico. Neste cenário, a dúvida que fica é se o bom desempenho do segmento deve continuar, ou se o momento de investir nas ações do e-commerce já passou. O E-Investidor conversou com especialistas do mercado financeiro para entender quais são as perspectivas para o setor até o fim do ano.

Perspectiva ainda é boa

Apesar de os papéis já estarem bastante valorizados no acumulado do ano, os especialistas acreditam que o e-commerce deve continuar em alta. “As compras on-line foram intensificadas na quarentena, mas não devem diminuir com a reabertura”, diz Flávia Meireles, analista de research da Ágora Investimentos.

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Marcio Loréga, analista da Ativa Investimentos, explica que isso ocorre porque os mitos sobre compras on-line foram mitigados. Dessa forma, o hábito deve se manter até pelo consumidor considerado mais resistente ao universo digital. “As pessoas compraram, gostaram e vão continuar comprando, pois gerou uma comodidade positiva”, diz.

A tendência parece clara: as ações do setor devem continuar subindo nos próximos meses. “O mercado vê com bons olhos o cenário que se desenha para o comércio eletrônico”, diz Loréga.

Flávia, da Ágora, concorda e diz que o brasileiro pode esperar bons resultados até o fim de 2020. “As ações já subiram muito, mas não vão parar”, afirma.

As melhores oportunidades do setor

Embora acreditem que a tendência é positiva para todas as empresas na B3, os especialistas indicam alguns papéis específicos como os mais atraentes.

Flávia, por exemplo, afirma que vê mais oportunidades nas ações da Via Varejo (VVAR3) e Lojas Americanas (LAME4). Os dois papéis também estão com recomendação de compra pela Ágora Investimentos, enquanto B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3) aparecem com indicação “neutra”.

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A analista explica que, apesar das diferentes recomendações, isso não não significa que BTOW3 e MGLU3 não devem ter boa performance no ano, mas que a corretora enxerga ganhos maiores em VVAR3 e LAME4. “Não deixamos de gostar dos papéis, mas, na hora de recomendar, preferimos indicar as ações com mais espaço para subir”, diz a analista de research da Ágora.

Com a terceira maior valorização do ano, as ações da Via Varejo tiveram o maior turnover do primeiro semestre. E mais: o papel registrou a maior alta desde o pior momento da crise. “Ela sofreu muito no começo da pandemia, mas já se recuperou e ainda tem mais espaço devido às melhorias internas que vem fazendo”, afirma Flávia.

Outro papel citado pelos analistas foi o das Lojas Americanas, controladora da B2W. Apesar de não ter ficado entre os principais destaques, as ações da empresa demonstram um espaço maior para se valorizarem no segundo semestre. “Por ser um braço da B2W ela deve ser puxada pela empresa”, diz Lórega, da Ativa.

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