- A União é a maior acionista da Petrobras, com um total de 50,26% das ações ordinárias
- Isso faz com que as ações da Petrobras sejam fortemente influenciadas pelas ações do governo
- Hoje, o valor da Petrobras é infimamente menor do que de empresas como Exxon e Chevron, muito por conta da participação do Estado como majoritário
Nas últimas semanas, choveram declarações do governo sobre a Petrobras (PETR4). O assunto é o mesmo de sempre: a paridade com o preço de mercado internacional e os dividendos distribuídos aos acionistas.
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É por conta desse tipo de declaração, além da participação da União na empresa, que hoje a estatal tem um desconto gigante em valor de mercado quando comparado à outras empresas estrangeiras.
Afinal, quem é dono da Petrobras e maior beneficiário dos dividendos distribuídos? Segundo o site da empresa, a União é a maior acionista, com 50,26% das ações ordinárias e o restante distribuído no mercado.
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Somente em 2022, a empresa anunciou o pagamento de R$ 16,65 em proventos (entre dividendos e juros sob capital próprio). Agora faça a conta de quanto o governo recebeu considerando a posição de 50,26% de um total de 13.044.500.000 ações. Muito zero para a calculadora, certo?
Vale mencionar que o resultado de 2022 foi recorde histórico da estatal. Quem tem lucro, faz o que? Paga impostos! Parece que o governo não tem do que reclamar. Mas, quando reclama, aponta e tenta intervir na política de dividendos ou na paridade internacional de preços que a Petrobras pratica. Em reação, o mercado ajusta isso no preço da ação e isso influencia no valor de mercado da empresa (ações x valor da ação).
Quando comparada com outras empresas de mercado, o desconto da Petrobras é assustador. Hoje a empresa negocia a 1,81x o EV/EBITDA (Enterprise Value/Ebitda), enquanto empresas como Chevron e Exxon negociam a 5,30x e 5,47x, respectivamente. Ou seja, poderíamos ter uma empresa valendo quase 3x mais caso o a União não fosse a maior acionista.
É importante analisar os números, pois, em um cenário de privatização, o valor da venda seria muito maior, remunerando acionistas e também a União. As chances de isso acontecer no atual governo, porém, são baixas.
Dito isso, o preço da ação está justo para o cenário incerto em relação aos dividendos e também à paridade de preço? Essa é a pergunta que o mercado faz todo dia e por isso vemos alta volatilidade nas ações da Petrobras.
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