- As inconsciências totalizam cerca de R$ 43 bilhões
- O ex-presidente ainda disse que seu antecessor, Miguel Gutierrez, era ‘centralizador’ e controlava as informações da empresa.
O ex-presidente da Americanas (AMER3), Sérgio Rial, e o atual presidente da empresa, Leonardo Coelho Pereira, falaram nesta terça-feira (28) sobre o rombo bilionário nas contas da varejista para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado. Os executivos tentaram esclarecer as inconsistências contábeis encontradas nos balanços da varejista, que chegam a R$ 43 bilhões.
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O escândalo da Americanas deixou um rastro de dívidas e destruição no sistema financeiro. Além da derrocada nas ações, o patrimônio de muitos investidores virou pó, fundos amargaram perdas, bancos tiveram balanços impactados e há uma extensa lista de credores vítimas da dívida bilionária. Veja tudo sobre o caso Americanas aqui.
A sessão foi pautada em justificativas nos motivos para que o rombo financeiro não foi descoberto antes, no papel da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na responsabilização dos responsáveis e em um esclarecimento sobre a situação de crédito no País. O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, também compareceram à comissão.
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Confira os principais pontos mencionados na audiência:
Rial falou sobre desconhecimento do rombo e incapacidade de obter informações dentro da empresa que ele comandava. O ex-presidente ainda disse que seu antecessor, Miguel Gutierrez, era “centralizador” e controlava as informações da empresa. “Eu extraía a conta-gotas as informações do dia a dia. Não havia uma predisposição de explicar como isso aconteceu”, disse Rial. “O presidente anterior não fez a sua sucessão, como havia sido imaginado. Houve uma preocupação muito grande de que não houvesse dualidade de liderança”, afirmou.
De acordo com Rial, Gutierrez convocou uma reunião com o presidente do conselho da companhia quando explicou que a fusão da B2W com a Americanas fez com que 70% das vendas combinadas acontecessem na plataforma digital e que aquele foi o momento que percebeu que haveriam inconsistências contábeis.
Rial também se defendeu das acusações de conflito de interesses devido à concomitante atuação na Americanas e no Banco Santander, onde era presidente do Conselho de Administração até o final de janeiro. “Não houve qualquer tipo de conflito. O mensageiro acaba sendo mais atacado que a gente gostaria e me sinto confortável que o apurado foi reportado”, afirmou.
Leonardo Pereira, atual CEO da empresa, tentou adotar um tom tranquilizador aos investidores ao afirmar que há chance de recuperação das ações e que o papel da Americanas agora consiste em se manter no mercado. “Existe possibilidade de recuperação desse ativo, ele é resiliente, formado por 40 mil pessoas, e aguentou muita malcriação nesses 30 a 45 dias. Ele segue gerando empregos, resultado e faturamento”, disse.
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“Nosso plano de recuperação judicial (RJ), comparado a outros no varejo, é muito melhor. Foi construído com várias mãos. Tentamos tirar do plano de RJ os credores menores, que são os mais machucados com o processo. Plano é complexo, para um problema complexo, e é natural que credores tentem se ajustar para ganhar alavancagem”, completou Pereira.
Confira a audiência na íntegra:
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