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Americanas (AMER3): ex-CEO dá sua versão sobre o rombo no Senado

Sergio Rial disse que só soube do prejuízo no dia 3 de janeiro

Americanas (AMER3): ex-CEO dá sua versão sobre o rombo no Senado
Sergio Rial falou como convidado da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Foto: REUTERS/Adriano Machado

Sergio Rial, ex-presidente da Americanas que informou sobre o rombo contábil da varejista, disse hoje que foi avisado apenas no dia 3 de janeiro por um diretor da Americanas sobre a necessidade de maior esclarecimento sobre a situação da companhia. Ele falou como convidado da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em sessão para tratar do endividamento da Americanas, atualmente em recuperação judicial.

“No dia seguinte, ele disse que eu não havia entendido direito a apresentação aquilo que o que foi apresentado como dívida bancária no dia 27 não estava devidamente registrado na rubrica bancos. Então, a dívida bancária que no terceiro trimestre era R$ 19 bilhões – e o número que eu vi na apresentação era R$ 15,9 bilhões -, a dívida bancária dessa empresa se torna R$ 35 bilhões ou R$ 36 bilhões, com patrimônio líquido de R$ 16 bilhões. A partir daquele momento, tenho absoluta consciência de que a empresa tinha uma estrutura patrimonial de insolvência”, afirmou aos parlamentares.

Em sua fala no Senado, Rial contou que teve 21 reuniões com a diretoria da Americanas a partir de setembro de 2022, quando se preparava para assumir a liderança da companhia. A Americanas tinha acionistas de referência de reputação inquestionável, disse, sobre o convite para liderar a varejista.

‘Centralizador’

Rial afirmou que o ex-CEO Miguel Gutierrez era muito centralizador e não permitiu que participasse da última reunião do ano. Também disse que não havia material para divulgação de resultado e tampouco disposição para abertura das contas e verificação da dinâmica de controle financeiro.

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“Gutierrez fez parte da construção da empresa, mas não fez a sucessão, como imaginada por ele”, apontou Sérgio Rial. “Tendo estado na empresa por tanto tempo, ele era centralizador”, disse. “As informações eram muito bem controladas por ele.”

De acordo com o executivo, todas as informações do balanço e da situação da Americanas foram obtidas com dificuldade. “Dos dias 4 a 11, não recebi nada no papel. Extraí as contas com o ex-diretor financeiro”, comentou. “Não havia predisposição para explicarem o que aconteceu.”

Ele contou que no dia 5 de janeiro, quando ainda estava tomando pé da situação da Americanas, pediu que fosse preparado um balancete – sem vazamento de informações – e, no dia seguinte, solicitou que os executassem explicassem a estrutura do balancete. A partir daí, o quadro foi a apresentado ao presidente do conselho, Carlos Alberto Sicupira, e aos auditores.

“Todos os lançamentos eram lançados como redutores na conta fornecedor em vez vez da dívida bancária”, afirmou o executivo. “Percebi que a estrutura patrimonial era de insolvência.”

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No dia 11, contou Rial, foi feita uma reunião com a auditoria PwC, que contudo não levou explicações sobre o endividamento.

Então, foi feita uma checagem nos sistemas do Banco Central, na qual foi verificada a existência da dívida bancária.

Naquele momento, conforme o executivo, ainda não era possível ter precisão das cifras, mas foi tomada uma decisão de mencionar ao menos o número em ordem de grandeza. “Era melhor do que não levar um número”, afirmou Rial, sobre o anúncio das inconsistências contábeis.

Também foram convidados para falar comissão do Senador o atual presdente da Americanas, Leonardo Pereira; presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Nascimento, e o presidente da Febraban, Isaac Ferreira. Também convidada, a PwC não enviou representante. O ex-CEO Miguel Gutierrez não foi localizado.

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